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Aluna nota mil na redação do Enem ganha dinheiro dando dicas pela web

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Foi por acaso, e graças a uma promessa, que a estudante Marina Rocha Rubini, de 19 anos, acabou transformando um talento em fonte de renda, Depois de fazer as edições de 2011 e 2012 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

A estudante de medicina Marina Rubini, de 19 anos, tirou nota mil na redação do Enem duas vezes, e acabou virando professora virtual da disciplina (Foto: Arquivo pessoal/Marina Rocha Rubini)

A estudante de medicina Marina Rubini, de 19 anos, tirou nota mil na redação do Enem duas vezes, e acabou virando professora virtual da disciplina (Foto: Arquivo pessoal/Marina Rocha Rubini)

A jovem tirou nota mil nas provas de redação dos dois anos, ela começou, em janeiro deste ano, a dar aulas e vender pacotes de estudos pela internet. Até agora, Marina já escreveu mais de cem redações, angariou mais de 15 mil fãs no Facebook e estima ter faturado entre R$ 1 mil e R$ 5 mil neste ano com a nova profissão.

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Depois do bom rendimento no Enem, a jovem, que cresceu em Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, hoje estuda medicina na Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), na Grande Florianópolis, onde também tem parentes. Ela terminou o ensino médio em 2011, mas decidiu fazer um ano de cursinho e prestar a prova de novo em 2012 para tentar entrar em alguma de suas primeiras opções de faculdade.

Mas suas notas altas atraíram a atenção dos colegas, que queriam descobrir os truques da estudante para se dar bem na prova de redação. “Quando eu tirei mil no terceiro ano [do ensino médio, em 2011], meus amigos ficaram em cima de mim, dizendo: ‘Marina, você tem que falar como faz, empresta seus textos pra gente dar uma olhada’. Percebi que as minhas dicas ajudavam e, quando eles liam meus textos, ficavam mais confiantes”, explicou a aluna ao G1.

No ano seguinte, a pressão para tirar novamente a nota mil acabou deixando a jovem apreensiva, e então ela fez uma promessa a si mesma. “Eu falei: ‘se eu conseguir mais uma nota mil, vou dedicar um pouco do meu tempo, do conhecimento, para ajudar outras pessoas a entrarem na faculdade’.”

A promessa virou realidade no início do ano, quando ela criou um site com dicas em vídeo sobre como elaborar uma redação sobre alguns dos temas atuais que podem ser pedidos na edição deste ano do Enem, que acontece nos dias 8 e 9 de novembro.

Marina também realiza “aulões” ao vivo, em uma plataforma onde mais de 200 estudantes já chegaram a acompanhar a jovem explicar, em vídeo, áudio, slides e chat, conceitos de produção de textos dissertativos. Ela cuida de todo o trabalho sozinha, e contou com ajuda apenas para a instalação do site e da plataforma de ensino.

Venda de pacotes de redação
Marina também escreveu mais de cem redações que inclui em pacotes vendidos a quem se interessar. O kit, que ela vende por R$ 29,90 (mas baixa o valor para R$ 19,90 para os estudantes que assistirem ao seu “aulão” ao vivo pela internet), contém dez redações produzidas por ela e corrigidas por professores de cursinho, que lhe atribuíram a nota mil nos critérios de correção do exame do Ministério da Educação.

“A meta de venda é de 500 pacotes esse mês, vamos ver se consigo atingir”, diz a jovem sobre a reta final antes das provas do MEC. O objetivo dela, porém, não é o lucro, e Marina diz que ainda não tem renda suficiente para ser financeiramente independente dos pais. “Faço muita promoção, o intuito é ajudar, então já entreguei vários pacotes gratuitamente”, explicou Marina, que também aceita, quando tem tempo, trabalhos como corretora de redação.

Com os pacotes, os estudantes conseguem ver como seria uma redação nota mil sobre temas que podem ou não cair nesse Enem. Marina diz que, se por acaso um deles seja de fato o tema pedido pelo MEC, ela se sentiria honrada em servir de inspiração para argumentos dos candidatos. “É uma forma de estudo, se gravarem algumas frases [incluídas no seu pacote de redação] e usarem iguais não tem problema.”

A jovem diz que selecionou o tema pensando nas questões atuais do país e do mundo, mas não tem pretensão de acertar a pergunta da prova. “O intuito é ajudar a construir as ideias do texto. Se fosse pra acertar alguma coisa, preferia os números da Mega-Sena”, brincou.

Educação médica
O sucesso das suas aulas de redação pela internet não fizeram com que Marina desistisse da ideia de ser médica. A estudante afirma que 99% do seu tempo ainda é dedicado à faculdade de medicina, onde ela está prestes a concluir o segundo ano.

Antes de se decidir pela medicina, porém, ela disse que ficou em dúvida antes do vestibular, já que também sempre se deu bem com matérias da área de humanas, como português, história e, claro, redação. “Sempre gostei de tudo, sempre gostei bastante de biologia, mas sempre gostei de humanas, e fiquei em dúvida.” Filha de médicos, ela acabou decidindo seguir a carreira da família e não se arrependeu.

Porém, Marina ainda não decidiu que especialização vai seguir. Por enquanto, ela diz que uma de suas opções pode ser a ginecologia e obstetrícia. Mas, depois da empreitada como professora virtual, ela admite que não descarta um dia se dedicar ao ensino da medicina. “Não penso [em seguir carreira como professora de redação]. Fico bem feliz de poder agora ajudar, ainda mais no Brasil, que é um país tão carente em educação. E penso em ajudar em saúde, talvez na educação médica.” (G1)

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