Conecte-se conosco

News

Bancada do PMDB deve aprovar nota de apoio a Eduardo Cunha nesta terça

Publicado

em

Para colegas, isolamento de líder pelo Planalto ‘agride’ toda a bancada.Deputados discutirão apoio a convenção para debater aliança com PT.eduardocunha

Em reunião marcada para as 14h30 desta terça-feira (10), a bancada do PMDB deverá aprovar uma nota de apoio ao líder do partido, Eduardo Cunha (RJ), para demonstrar que a insatisfação do deputado na relação entre o partido e governo federal é “generalizada”. De acordo com deputados peemedebistas ouvidos pelo G1, na reunião, a bancada também deverá decidir se apoia convocar uma convenção para “rediscutir” a aliança com o PT.

A relação entre o governo e o PMDB tem se deteriorado nos últimos meses.

A sigla reclama da demora da presidente Dilma Rousseff em realizar a reforma ministerial, critica o não cumprimento de compromissos quanto à liberação de recursos de emendas parlamentares e quer maior diálogo sobre as alianças regionais com o PT nas eleições de outubro. A legenda também reclama que não é chamada a participar de decisões do Executivo e de lançamentos de programas do governo federal, o que fortalece candidaturas no pleito deste ano.

O maior foco da crise está na Câmara dos Deputados, onde sete partidos da base aliada, sob o comando do líder do PMDB, formaram um “blocão”, para ampliar o poder de negociação com o Executivo em votações da Casa. O clima ficou mais tenso na semana passada, depois que Eduardo Cunha defendeu, em sua conta do microblog Twitter, que seja “repensada” a aliança da legenda com o PT.

Nesta segunda (10), Dilma se reuniu com lideranças do partido aliado no Palácio do Planalto, mas não convidou Cunha, o que, na visão de peemedebistas, significou uma tentativa de isolar o líder do PMDB.

“Foi no mínimo deselegante a presidente não convidar o nosso líder para negociar e tratar da relação com o PMDB. O PMDB tem unidade na bancada da Câmara e apoia Eduardo Cunha”, afirmou o deputado Danilo Forte (PMDB-CE), um dos vice-líderes do partido na Casa.

Forte ficou responsável por elaborar a nota de desagravo a Cunha por agressões que o peemedebista teria sofrido de lideranças do PT e contra a tentativa do Planalto de isolar o parlamentar. “Vamos aprovar na reunião da bancada uma nota de desagravo por causa das agressões. A mensagem será de reforçar a liderança do Eduardo Cunha. Ele tem falado em nosso nome.”

Convenção
Ainda conforme o deputado, na reunião desta terça da bancada, deputados de diversos estados apresentarão documentos assinados pelos diretórios regionais do PMDB pedindo a convocação, em abril, de uma convenção para debater a parceria com o PT nas eleições de 2014.

A ideia, segundo ele, é que o PMDB possa ter independência nos estados para eleger candidatos a governador, deputado e senador, ainda que em disputas acirradas com candidatos petistas.

“Temos documentos assinados por vários diretórios pedindo para antecipar a convenção para abril. Vamos juntá-los e entregar amanhã ao presidente do PMDB, senador Valdir Raupp. A ideia é que o partido possa [formar alianças] conforme a conveniência em casa estado. O PMDB sempre foi muito forte nos estados”, disse Danilo Forte.

O deputado Colbert Marins (PMDB-BA) também afirmou que a bancada deverá discutir a convocação de uma convenção. Para que isso seja possível, é preciso que um terço dos diretórios regionais assine pedido para que haja o encontro partidário.

“O sentimento dos deputados é que, se o PMDB não tiver uma atitude firme e dura, vai reduzir a bancada no Congresso. Não podemos viver uma situação de atuar num governo em que o PT tem tudo e os aliados nada”, disse aoG1.

Para Colbert Martins, o governo da presidente Dilma Rousseff excluiu o PMDB de decisões relevantes e só tem “capitalizado” o PT eleitoralmente. “O PMDB não pode mais continuar recuando. Temos recuado o número de deputados. No governo do ex-presidente Lula era outro tipo de representação. O partido era ouvido, influía e decidia. Isso não acontece mais”, disse.

O peemedebista também disse que a bancada irá reforçar a posição de Eduardo Cunha como porta-voz dos anseios do PMDB na Câmara.  “Deve sair um apoio forte ao deputado Eduardo Cunha porque ele está interpretando o que a bancada está pensando”, afirmou.

Para o deputado Fábio Trad (PMDB-MS), o fato de a presidente Dilma Rousseff não ter convidado Eduardo Cunha para conversas no Palácio do Planalto significou excluir a própria bancada do partido das negociações com o governo.

“A partir do momento em que o nosso líder é excluído nas negociações, está se dizendo que os deputados não são convidados. Um ataque assim atinge a todos nós. Não vamos deixar o líder à deriva”, afirmou.

Trad afirmou que defenderá pessoalmente a convocação de uma convenção para discutir a aliança com o PT. O deputado quer que o PMDB tenha independência para fazer coligações com outros partidos na disputa eleitoral de 2014.

O deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) disse que a insatisfação do partido com o Palácio do Planalto é “generalizada”. “A insatisfação é enorme. A maioria da bancada está insatisfeita. O PMDB está no governo, mas o espaço que tem é sem força.”

Perondi também manifestou apoio a Cunha e afirmou que a tentativa de isolar o líder do PMDB só prejudica a relação da sigla com o governo. “Isso irrita os deputados, é um desafeto com os deputados”, disse.

Por sua vez, o deputado Edinho Araújo (PMDB-SP), afirmou que a aliança entre PT e PMDB deve continuar, pois seria mais importante que as desavenças entre as duas siglas.

“Há uma tensão eleitoral e o líder Eduardo Cunha tem sido fiel a esse sentimento. Há um sentimento de desagrado com a tratativa do governo, mas isso não pode desembocar no fim da aliança”, disse. (G1)

Publicidade
Clique para comentar

Você precisa estar logado para postar um comentário Login

Deixe um Comentário

Notícias da Semana

Copyright © 2021 Ubaitaba.com. Uma empresa do grupo Comunika