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Covid-19 já matou mais de 640 grávidas no Brasil em 2021

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O Brasil registrou 642 mortes de grávidas e puérperas por covid-19 nos cinco primeiros meses de 2021, número mais de 40% superior às 457 mortes ocorridas nesse grupo por conta da doença nos 12 meses de 2020. Os dados foram divulgados na sexta, 14, pelo Observatório Obstétrico Brasileiro Covid-19 (OOBr Covid-19), quatro dias depois do Ministério da Saúde recomendar suspensão da aplicação da vacina Oxford/AstraZeneca em gestantes que não têm comorbidade. Ainda de acordo com o observatório, esse ano, uma em cada cinco gestantes ou puérperas que faleceram em decorrência do coronavírus, não teve acesso a tratamento em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Em reportagem publicada na quinta-feira (13), a ginecologista e obstetra Melania Amorim, professora da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e integrante da Rede Feminista de Médicas e Ginecologistas, alertou para o alto índice de morte de grávidas por covid-19 no país. Segundo ela, são ao menos 22 óbitos por semana, três por dia, por complicações da infecção pelo Sars-CoV-2.

Por conta disso, tanto Melania quanto a infectologista, imunologista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Fernanda Grassi, acreditam que as gestantes e puérperas, com ou sem comorbidades, devem continuar recebendo as outras vacinas aprovadas no país: CoronaVac, do laboratório chinês Sinovac, produzida no Brasil em parceria com o Instituto Butantan, ligado à Universidade de São Paulo (USP); e a Pfizer/BioNTech.

O problema é que a CoronaVac virou um artigo raríssimo no país porque o Instituto Butantan não está recebendo IFA – Ingrediente Farmacêutico Ativo – para manter a produção da vacina. O centro de pesquisa parou a produção na sexta-feira, 14. A entidade diz que algumas questões diplomáticas entre o Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores do Brasil) e a China prejudicaram o fornecimento de IFA.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse, também na sexta, 14, que a interrupção no envio seria “questão contratual” entre a Sinovac e o Butantan. Ele não detalhou qual seria a questão. O Butantan, por sua vez, nega problema de contrato e afirma que há 10 mil litros de IFA à espera de autorização do governo chinês para serem enviados ao Brasil. O presidente Jair Bolsonaro é crítico à China e até acusou o país de ter “fabricado” o coronavírus.

Em meio à crise diplomática entre o Brasil e a China, as grávidas brasileiras têm pressa, pois cada uma representa duas vidas em risco por falta de vacina.

(Correio 24 horas)

 

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