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Empreiteira diz que pagou propina na estatal mesmo após Operação Lava Jato

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De acordo com a versão da defesa do executivo da Galvão Engenharia, ele teria sido ameaçado por Shinko Nakandakari, “pessoa que se apresentou como emissário da Diretoria de Serviços da Petrobras na presença de Pedro Barusco”. Ex-gerente executivo da Diretoria de Serviços, Barusco fechou acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal em que se comprometeu a devolver cerca de US$ 100 milhões e contar o que sabe sobre a trama de malfeitos na estatal.

No documento encaminhado à Justiça Federal, a defesa de Erton Fonseca alega que os pagamentos foram feitos pela Galvão Engenharia para contas da LFSN Consultoria, empresa que o executivo diz ter sido indicada por Shinko Nakandakari e para a qual teria sido obrigado a fazer os repasses a título de propina. Os advogados da Galvão Engenharia sustentam que houve “efetiva ameaça de retaliação das contratações que a Galvão Engenharia S/A tinha com a Petrobrás, caso não houvesse o pagamento dos valores estipulados de maneira arbitrária, ameaçadora e ilegal.

A petição é subscrita pelos advogados José Luis Oliveira Lima e Camila Torres Cesar. As contas bancárias da LFSN estão em nome dos filhos de Nakandakari. O nome da empresa remete às iniciais do filho de Shinko, o advogado Luis Fernando Sendai Nakandakari, que aparece como um dos sócios da companhia e em cujas contas bancárias foram realizados os depósitos. A Diretoria de Serviços da estatal foi comandada até 2012 por Renato Duque, também preso na sétima etapa da Lava Jato.

Duque é apontado como indicado do PT ao cargo e, segundo depoimentos de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da estatal, e Youssef à Justiça Federal, ele seria o responsável por operar o esquema de propinas para o PT. Todas as licitações da estatal passam pela Diretoria de Serviços que, segundo Costa e Youssef, recolhia 2% do valor dos contratos para o Partido dos Trabalhadores. A defesa de Fonseca afirmou que a Galvão Engenharia participou de um total de 59 licitações na estatal, tendo vencido 16 certames, dos quais quatro envolvendo obras que estão na mira da Lava Jato: refinaria de Abreu e Lima, refinaria de Paulínia (na qual venceram licitações para duas obras) e a refinaria Landulpho Alves, na Bahia.

A última licitação que venceu, segundo a planilha encaminhada pela defesa, foi em agosto de 2011, referente a obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), também alvo da Polícia Federal e da Procuradoria da República por supostas irregularidades. A Galvão Engenharia foi inabilitada devido ao preço “inexequível”. “Também neste caso a Galvão Engenharia foi declarada vencedora do certame e foi inabilitada pela Petrobras, por suposta inexequibilidade de sua proposta”, assinala a defesa. (Correio da Bahia)

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