BRASIL & MUNDO
Estudo britânico analisa casos e faz perfil de autores de familicídio
Um estudo britânico publicado no mês passado analisou três décadas de casos de familicídio e traçou um perfil dos assassinatos.
Em 80% dos 71 crimes registrados entre 1980 e 2012, a autoria foi de homens, a maioria o pai biológico das crianças (96%).
A maior parte dos crimes (60%) ocorreu a partir de 2000, o que demonstra uma tendência de aumento nesse tipo de ocorrência, segundo os autores do estudo publicado no periódico ” The Howard Journal of Criminal Justice”.
O trabalho, o primeiro do gênero no Reino Unido, usou arquivos de jornais para analisar o perfil dos assassinos e mostrar dados como idade, motivação e até mesmo o mês mais provável em que um homem poderá aniquilar sua família. Agosto foi campeão, com 19% das ocorrências.
Mais da metade dos homens (55%) estava na faixa dos 30 anos. Em 81% dos casos, eles se suicidaram ou tentaram o suicídio.
“Isso refuta a ideia tradicional de que assassinos de família podem forçar a polícia a matá-los”, afirma um dos autores, David Wilson, diretor do Centro de Criminologia Aplicada da Universidade Birmingham City.
Outra tese derrubada pelo trabalho é a de que os assassinos podem ser homens fracassados profissionalmente. A maior parte deles (71%) estava empregada, com ocupações que variavam de cirurgiões a carteiros, policiais e motoristas.
Esfaqueamentos e intoxicação por monóxido de carbono foram estatisticamente os métodos mais comuns de assassinato.
Divórcios e conflitos sobre a guarda das crianças foram apontados como a causa mais comum, responsáveis por 66% dos casos. Dificuldades financeiras foram o segundo motivo mais citado, seguido pelo crime de honra e doenças mentais.
O estudo também revela que existem quatro tipos de “family annihilators” (destruidores de família, numa tradução literal): o paranoico, o frustrado, o hipócrita e o egoísta. (Folha de São Paulo)
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