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Investigada, primeira-dama de Minas Gerais é nomeada secretária de Estado

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Carolina de Oliveira Pereira Pimentel

A primeira-dama do estado de Minas Gerais, Carolina de Oliveira Pereira Pimentel, foi nomeada secretária de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social pelo marido, o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel.

Carolina de Oliveira Pereira Pimentel

A nomeação foi publicada na edição desta quinta-feira (28) do Diário Oficial do estado. O cargo era ocupado por André Quintão (PT), que volta a exercer o mandato de deputado estadual na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A publicação afirma que a exoneração foi a pedido do próprio parlamentar.

Carolina, que é jornalista, é investigada na Operação Acrônimo, que apura um suposto esquema de lavagem de dinheiro e irregularidades em campanhas eleitorais. A Polícia Federal apura se a jornalista manteve uma empresa de fachada no Distrito Federal, usada pela organização do empresário Benedito de Oliveira. Em depoimento à Polícia Federal, Carolina ficou calada. Na ocasião, o advogado da primeira-dama, Pierpaolo Bottini, entregou documentos à Justica que, segundo ele, comprovam a inocência de Carolina. Pimentel nega as acusações envolvendo ele e a primeira-dama, que classificou como ‘equívoco’.

A empresa de comunicação que pertencia à jornalista teria sido usada, segundo a Polícia Federal, pelo grupo de Benedito para movimentação financeira indevida. Benedito é um dos três homens que estavam em um jatinho apreendido, na capital federal, com R$ 116 mil, em outubro de 2014. Ele foi preso em maio de 2015, mas foi solto após pagar fiança. No último dia 15, Benedito foi detido novamente em Brasília. O motivo da prisão está sob sigilo.

O especialista em Direito Constitucional Bruno Burgarelli afirma que, por ser governador, Pimentel tem foro privilegiado na investigação Acrônimo, que corre em segredo de justiça no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Este foro se estende aos demais investigados, incluindo Carolina, enquanto eles fizerem parte de um único processo envolvendo o governador. Se o processo for desmembrando, a acusação contra a primeira-dama seria remetida à segunda instância do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, já que o cargo de secretária dá a ela foro privilegiado na Justiça mineira.

Por meio de nota, o governo do Estado afirmou que Carolina Oliveira vai permanecer na presidência do Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas) e não será remunerada pela nova função. Ainda segundo o governo, a mudança na secretaria já estava planejada e ocorre como parte da segunda fase de reorganização administrativa do estado. A assessoria informou que Carolina aguardava o retorno da licença-maternidade para assumir o cargo na secretaria.

O texto diz também que a indicação da jornalista partiu de André Quintão. Conforme o governo, o ex-secretário “vê na presidente do Servas a substituição natural para que não haja descontinuidade nas políticas públicas da pasta, que já vinham sendo tocadas em parceria com a instituição”.

De acordo com o governo, nos próximos dias, Professor Neivaldo (PT), que deixa a assembleia com o retorno de André Quintão, assume a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário. A assessoria informou também que Glênio Martins, que atualmente responde pela secretaria, deve assumir outra posição no governo. Ainda como parte da reforma, conforme a nota do governo, já estão adiantadas as negociações para que o Partido Social Democrático (PSD) ingresse no primeiro escalão do estado.

Procurado pelo G1, o criminalista Pierpaolo Bottini, que defende Carolina na Operação Acrônimo, informou que a nomeação não mudaria a situação da jornalista na investigação.

A oposição na ALMG informou que já foi protocolado um projeto de resolução que pede a suspensão da nomeação da primeira-dama.

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