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Itacaré mantem a tradição do desfile de Dois de Julho

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A tradição e a participação popular foram os pontos altos do desfile de Dois de Julho de Itacaré, realizado na tarde desta segunda-feira. Crianças, jovens e adultos de diferentes bairros de Itacaré participaram do desfile, uma tradição iniciada em 1959 e que todos os anos relembra a história da independência da Bahia. Vestidos de personagens que fizeram parte da história da independência, alunos, professores, empresários e representantes dos mais diversos segmentos de Itacaré saíram às ruas para manter a tradição e comemorar um dos grandes momentos da história do Brasil.
O desfile, realizado pela comunidade e com o apoio da Prefeitura, saiu da Praça do Canhão, onde fica o Monumento do Dois de Julho, passando pela Avenida Castro Alves e por ruas da cidade, acompanhado pela Fanfarra de Itacaré. Ainda na orla houve uma breve parada para contar um pouco da história de cada uma das personagens. Tudo isso com a presença da personagem Catita, a cabocla símbolo do desfile de Itacaré. O encerramento foi na praça do Canhão, onde aconteceu a tradicional capoeira e o samba de roda das baianas.

HISTÓRIA – Contam os historiadores que a declaração de independência feita por Dom Pedro I, em 7 de setembro de 1822, deu início a uma série de conflitos entre governos e tropas locais ainda fiéis ao governo português e as forças que apoiavam nosso novo imperador. Na Bahia, o fim do domínio lusitano já se fez presente no ano de 1798, ano em que aconteceram as lutas da Conjuração Baiana.
No ano de 1821, as notícias da Revolução do Porto reavivaram as esperanças autonomistas em Salvador. As relações entre portugueses e brasileiros começaram a se acirrar, promovendo uma verdadeira cisão entre esses dois grupos presentes em Salvador. No dia 11 de fevereiro de 1822, uma nova junta de governo administrada pelo Brigadeiro Inácio Luís Madeira de Melo deu vazão às disputas, já que o novo governador da cidade se declarava fiel a Portugal.
Utilizando autoritariamente as tropas a seu dispor, Madeira de Melo resolveu inspecionar as infantarias, de maioria brasileira, no intuito de reafirmar sua autoridade. A atitude tomada deu início aos primeiros conflitos, que se iniciaram no dia 19 de fevereiro de 1822, nas proximidades do Forte de São Pedro. Em pouco tempo, as lutas se alastraram para as imediações da cidade de Salvador. Mercês, Praça da Piedade e Campo da Pólvora se tornaram os principais palcos da guerra.
O mais marcante episódio de desmando ocorreu quando um grupo português invadiu o Convento da Lapa e assassinou a abadessa Sóror Joana Angélica, considerada a primeira mártir do levante baiano. Mesmo com a derrota nativista, a oposição ao governo de Madeira de Melo aumentava. Devido à eficaz resistência organizada pelos defensores da independência e o apoio das tropas lideradas pelo militar britânico Thomas Cochrane, as tropas fiéis a Portugal acabaram sendo derrotadas em 2 de julho de 1823. O episódio, além de marcar as lutas de independência do Brasil, motivou a criação de um feriado onde se comemora a chamada Independência da Bahia.

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