AÇÃO POLICIAL
Disque-Denúncia divulga cartaz de lutador suspeito de estupros no Rio
O Disque Denúncia divulgou nesta segunda-feira (5) um cartaz para ajudar na localização de Renan Menezes de Sousa, acusado de estuprar uma jovem em abril deste ano.
Renan teve a prisão preventiva decretada pela Justiça no último dia 29 de julho e é considerado foragido pela polícia desde então. Filho de dono de uma rede de supermercados e lutador de artes marciais, contra ele consta ainda um outro registro de estupro, quando ainda era menor de idade. Quem tiver alguma informação que possa ajudar na localização de Renan deve ligar para o Disque-Denúncia. A recompensa é de R$ 2 mil reais e o sigilo, garantido.
Dois inquéritos já foram entregues ao Ministério Público com casos em que vítimas acusam Renan de violência sexual, ambas contra jovens de classe média às quais ele teria oferecido carona na saída de casas noturnas.
A reportagem do G1 procurou o advogado de Renan, Eduardo Cavalcante Gonçalves. Em nota referente a um dos casos, ele negou que o cliente tenha cometido qualquer estupro. De acordo com o advogado, a jovem do primeiro inquérito, pelo qual ele teve a prisão preventiva decretada, se desentendeu com Renan depois que ele se recusou a levá-la de carro para casa. O advogado ainda negou que o jovem seja lutador de artes marciais e afirmou que vai pedir a revogação da prisão preventiva contra o rapaz.
De acordo com o promotor, Renan teria agido exatamente da mesma forma com as duas vítimas. Após “ficar” com a mulher em uma festa, ele ofereceu carona para levá-la para casa, e, em seguida, a estuprou. “Ele, de certa forma, conseguia a confiança das vítimas e dos amigos das vítimas para conseguir com que elas fossem com ele no carro”, afirmou.
Uma das vítimas, segundo o promotor, afirma ter sido ameaçada pelo Facebook após o caso. “Foi feito um registro de ameaça de tranquilidade e ameaça [dois registros diferentes] feito na Polícia Civil”, diz ele. Eduardo Fernandes contou ainda que uma terceira vítima não quis registrar a agressão sofrida. “Ela tem medo dele, tem medo do que ele possa fazer com ela”, finalizou o promotor.
Na decisão que determina a prisão preventiva, o juiz Marco Couto, da 2ª Vara Criminal de Jacarepaguá, afirma que não existe qualquer dúvida – mínima que seja – quanto à necessidade da prisão cautelar do lutador. Acrescenta que Renan Menezes de Souza, de 22 anos, “costuma ter comportamentos criminosos, sobretudo no que diz respeito a encontros sexuais violentos”.
Segundo a promotoria, há fotos no Facebook de Renan e anexadas ao processo que comprovam que Renan é faixa roxa de Jiu-Jitsu de uma famosa academia no Recreio, na Zona Oeste do Rio, além de fotos dele de quimono e com outros lutadores famosos. O jovem deletou todas as suas páginas em redes sociais após o início das investigações.
Perfil agressivo, diz promotor
As investigações começaram após a denúncia de uma das vítimas, que teria sido atacada em abril. Segundo a jovem, os dois ficaram juntos durante uma festa em abril em uma casa de shows, em Jacarepaguá, na Zona Oeste. Na saída, Renan ofereceu carona. Ela conta que, no caminho, Renan teria passado em casa e, de volta ao carro, começou a atacá-la.
“Foi no final da rua. Eu pensei que ele estivesse fazendo o retorno, mas ele parou o carro e veio para cima de mim. Eu falei: ‘Renan, isso não vai acontecer’. E ele disse que não era para eu fazer nada e começou a tentar tirar a minha roupa. Eu empurrei, dei soco, gritei, pedi pelo amor de Deus para ele não fazer isso comigo, que isso era estupro. E ele continuou mesmo assim e, quando terminou, ele mandou eu sair do carro. E eu saí do carro sem acreditar, em completo estado de choque”, relembrou a 1ª vítima a fazer registro na polícia.
O promotor que investiga o caso diz que o rapaz tem um perfil agressivo. “É claro que ele se utiliza da força física dele, do conhecimento de arte marcial. Inclusive, na rede social, ele mostrou foto, manuseando soco inglês com faca. Até mesmo para se furtar da aplicação da lei penal, ele bradava a todos que não ia acontecer nada com ele. Se valendo dessa condição física e da condição econômica que ele tem”, explicou o promotor Eduardo Paes Fernandes.
Mais denúncias
Depois que o primeiro inquérito foi aberto para investigar o crime, mais denúncias apareceram. Outras três jovens disseram que também foram estupradas pelo lutador. Os outros dois ataques teriam acontecido este ano e também um caso em 2009, quando o rapaz ainda era menor de idade. O Ministério Público e a polícia vão investigar as denúncias.
“É a hora de todas as que têm medo enfrentarem isso. Porque, senão, ele vai continuar. Ele não pode continuar fazendo isso. Ele não vai sair impune dessa vez”, enfatizou uma das vítimas. (G1)
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