AÇÃO POLICIAL
Polícia acredita que morte de padre foi homicídio, e não latrocínio
A Polícia Civil informou que as investigações sobre a morte do padre Francisco Carlos de Souza, 45 anos, encontrado morto perto da praia em Itapuã, estão avançadas.
Apesar disso, o delegado Marcelo Sansão, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), não quis passar muitos detalhes, apenas afirmou que há “90% de chance de ser homicídio”, e não latrocínio. Ele afirmou que um padre amigo da vítima disse em depoimento que ele se sentia inseguro porque tinha sido furtado.
Apesar do comentário do padre Francisco, a polícia não conseguiu localizar nenhuma queixa de furto recente feita por ele – foram localizadas uma de 2006 e uma de 2008, quando ele deu por falta de um talão de cheque. Mas a polícia considera que ambas as ocorrências, pelo tempo e relativa pouca gravidade, não têm relação com a morte do padre.
A polícia recebeu um primeiro chamado sobre o corpo do padre encontrado perto do Centro de Formação de Líderes às 13h15 de domingo e, por isso, acredita que o crime tenha ocorrido por volta das 13h. O corpo foi localizado pouco depois, com o instrumento usado na morte, uma espécie de vergalhão usado como faca, abandonado ao lado. O padre tinha 18 perfurações pelo corpo. “Acredito que o local tenha sido premeditado pelos criminosos”, disse Sansão.
Testemunhas viram o padre discutindo com dois homens. Segundo Sansão, ele teria sido perseguido pela dupla, até que um deles o alcançou e o outro o atacou. O carro do padre, um Fox, ainda está desaparecido, mas o celular do religioso foi encontrado no bolso da roupa.
A Arquidiocese de Salvador informou inicialmente que o padre saiu de casa, em um condomínio no Costa Azul, às 15h30 para seguir para uma missa às 16h. O horário não batia com o divulgado pela polícia. Hoje, Irmã Miriam, da Paróquia, afirmou que ao procurar o padre na casa dele, depois que ele não apareceu para missa, foram informados de que ele saíra de casa por volta das 13h30. Sansão acredita que haja uma confusão nesses horários porque as pessoas nem sempre são precisas. “Ninguém está vivendo e olhando pro relógio”.
Familiares do padre, que vieram de Minas Gerais para o enterro dele nesta terça, ainda não foram ouvidos pela Polícia Civil. Uma missa de corpo presente marcou a despedida do padre na tarde de hoje no Cemitério Campo Santo. O Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger,
realizou a cerimônia.
Centenas de pessoas compareceram à missa, incluindo familiares, amigos e fiéis que conheciam Francisco do Santuário Mãe Rainha, de onde ele era capelão. “Era um colega, um irmão”, lamentou Dom Murilo Krieger. “Nós ainda estamos tentando digerir tudo isso ao invés de entender, porque não há como entender a violência, então, colocamos tudo no plano de um Deus que é maior que isso”. (Correio da Bahia)
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