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Polícia analisa novas imagens de câmeras da faculdade onde adolescente foi morto
O adolescente Railan da Silva Santana, de 17 anos, foi morto a tiros dentro do estacionamento da Faculdade Área1, na Avenida Paralela, ontem de manhã. Os disparos provocaram pânico e correria entre os estudantes, que tentavam se proteger dos disparos.
Segundo o coordenador geral da faculdade, Cristiano de Aguiar, Railan — que não era aluno da instituição — estaria tentando roubar a moto de um aluno da faculdade. “A vítima do assalto era estudante da instituição e estava vindo para a faculdade. O bandido provavelmente estava seguindo essa pessoa até aqui”, disse Cristiano, por volta de 11h30, quando a reportagem chegou ao local.
Cerca de uma hora depois, Aguiar voltou atrás e disse que nem a vítima, nem o atirador haviam sido identificados. “Não sabemos quem é essa pessoa (o atirador)”, afirmou. Por meio de uma nota, a Área1 informou que “houve uma tentativa de assalto a um policial que, após a abordagem, reagiu e feriu o assaltante”. Segundo comunicado da faculdade, a tentativa de assalto ocorreu “na entrada da instituição”.
Após os disparos, o assaltante teria fugido para dentro da faculdade para tentar se abrigar. Segundo Aguiar, depois de ser atingido, Railan pulou a catraca e se abrigou no banheiro, onde foi levado por policiais da 82ª Companhia Independente da Polícia Militar (82ª CIPM/CAB) e encaminhado para o Hospital Roberto Santos, mas não resistiu. Ele foi atingido na cabeça, no braço esquerdo e no tórax.
Câmeras
A faculdade é monitorada por câmeras, que foram analisadas pela polícia à tarde. Segundo nota emitida pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Railan aparece entrando pela portaria principal da faculdade, às 8h44, acompanhado de outro rapaz, ambos com mochilas. A mesma câmera registra, em outro momento, a entrada de um homem, que depois aparece com uma arma.
As câmeras também mostram o momento em que Railan entra correndo, já ferido, em um banheiro instalado no 2º subsolo do prédio da faculdade. A perícia também encontrou um rastro de sangue que segue do estacionamento para motos até o banheiro onde ele foi encontrado. A polícia informou ainda que aguarda novas imagens de “dezenas de outras câmeras” que possam mostrar o que aconteceu. A polícia não confirma que o atirador seja policial.
Correria
Os estudantes afirmam que os disparos aconteceram dentro da faculdade. “O cara perseguiu a sua vítima e foi até lá. O pessoal mandou todo mundo subir”, contou o estudante de Engenharia Gabriel Moreira Rezende.
Outro estudante contou que viu Railan tentando pular de um andar para o outro no subsolo. “Esse cara de vermelho (Railan) que a polícia levou eu não sei se é inocente ou o assaltante. Quando eu tentei subir de elevador, eu vi que ele tentou saltar da janela do Subsolo 2 para o Subsolo 3”, lembrou o estudante.
Com os disparos, houve pânico e muitos estudantes se abrigam na biblioteca. “Quando eu estava saindo, eu ouvi seis disparos”, contou o estudante de Direito Lucas Guimarães.
Estudante
Railan já chegou sem vida ao Roberto Santos. A família do estudante só soube da morte pela TV. “A mãe dele me ligou dizendo que viu na televisão que tinha acontecido um assalto a um ônibus e que ele era vítima. Aí liguei para o celular dele, pediram para eu vir até aqui”, contou a tia de Railan Anatildes Anunciação Santana, aos prantos. Ela morava e criava Railan desde os 2 anos.
Segundo a família, Railan era estudante do 1º ano do Colégio Estadual Manoel Novaes, no Canela. No momento do crime ele não estava com farda da unidade e levava um cartão da Caixa Econômica, a identidade, três chaves e o celular. “Ele estuda à tarde, mas hoje ele saiu cedo de casa. Ele tinha uma namorada que estudava na Área1 e que mora no Imbuí. Ainda estamos tentando entender o que aconteceu”, disse o tio do adolescente, Nilton Anunciação.
Os familiares garantem que Railan não tinha nenhum envolvimento com a criminalidade. “A educação dele não foi essa. Ele tinha tudo que precisasse. Era estudioso”, contou o tio. A Delegacia do Adolescente Infrator (DAI) informou que não há registro de passagem de Railan pela unidade.
Já a Secretaria de Educação do Estado (SEC) confirmou que há um Railan da Silva Santana matriculado no Colégio Manoel Novaes, mas a data de nascimento não é a mesma da vítima de ontem, portanto, não poderia confirmar se tratar da mesma pessoa. O corpo de Railan deve ser enterrado hoje no cemitério Bosque da Paz. (Correio da Bahia)
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