ENSAIOS E ENTRETENIMENTO
31 de Julho é o Dia Nacional do Orgasmo Conheça verdades, tabus e inimigos do êxtase sexual
O orgasmo, que corresponde ao momento de êxtase do prazer sexual, tem data para ser comemorado. Criado na Inglaterra por uma rede de sex shops, o Dia Mundial do Orgasmo é celebrado nesta quinta-feira, 31 de julho.
Para o urologista Francisco Costa Neto, para quem tanto busca orgasmos, mas pouco ou nada encontra, o maior segredo é relaxar, “pois a ansiedade é a inimiga nº 1 do orgasmo”. Outros “inimigos” do prazer proporcionado pelo orgasmo são fisiológicos: a disfunção erétil (impotência sexual) e a deficiência androgênica (andropausa).
Membro da Sociedade Internacional para Medicina Sexual e da Sociedade Latino-Americana para pesquisa impotência, Neto explica que ao ler e reler manuais, guias, livros e até fazer cursos e treinamentos relacionados ao orgasmo, as pessoas podem quebrar alguns tabus, mas ao mesmo tempo acabam alimentando muitos mitos.
Um deles é o de que o orgasmo masculino é sinônimo de ejaculação. “O orgasmo e a ejaculação são respostas fisiológicas diferentes no homem. O primeiro é uma resposta sensorial, enquanto que a ejaculação é a eliminação do esperma. No homem, geralmente eles acontecem simultaneamente, mas isso não é uma regra”, diz.
Outro mito é o de que o orgasmo é sempre muito intenso. “Tem gente que acredita que ter orgasmo é ver estrelas ou entrar numa dimensão cósmica. O fato é que as sensações do orgasmo são variáveis de pessoa para pessoa e sofrem influência de fatores intrínsecos (emoções, sentimentos, orgasmos anteriores registrados na memória) e extrínsecos (ambiente, tempo e parceria sexual)”, esclarece o médico.
Há quem pense que preliminares mais longas significam orgasmos mais intensos. Outro mito, já que embora as preliminares sejam importantes para que a mulher chegue ao orgasmo, a intensidade do orgasmo depende exclusivamente da excitação, da entrega total ao momento erótico e de suas emoções.
Verdades
Entre as verdades sobre o orgasmo que merecem ser esclarecidas está o fato de que todo ser humano é equipado biologicamente para tê-lo. “Nosso corpo está apto para o sexo e consequentemente para o orgasmo. Na dificuldade ou ausência do orgasmo, é necessário a busca de tratamento para investigar as possíveis causas, físicas ou psicológicas”, defende Francisco Costa Neto, diretor da Clínica do Homem.
Também não se pode negar que as mulheres, de modo geral, demoram mais para “chegar lá”. Mas nada impede que em um encontro casual a mulher tenha um orgasmo dentro de poucos minutos, pelo fator fantasia do momento.
É comum ouvir pessoas dizendo que existe orgasmo anal, vaginal e clitoriano. Na verdade, existem zonas erógenas tanto na região genital como em todo corpo que proporcionam excitações variadas de pessoa para pessoa. Para os homens, as carícias na região perineal e anal podem estimular a próstata e favorecer a ereção. Para as mulheres, o canal vaginal possui uma plataforma orgástica, região mais sensível ao toque logo nos primeiros centímetros, que participa efetivamente na elevação da excitação.
O ânus não é preparado anatomicamente para produzir um orgasmo. “Mas orgasmo é um só e ele não é separado em vaginal, clitoriano, peniano. Ele é uma sensação do corpo inteiro. O que muda são os pontos estimulados para a excitação”, destaca o urologista.
Inimiga nº 2: Disfunção Erétil
Além da ansiedade (inimiga nº 1), outros inimigos do orgasmo são a Disfunção Erétil (DE), também chamada de impotência sexual, e a Deficiência Androgênica, mais conhecida como andropausa. Do total de pacientes atendidos na Clínica do Homem nos últimos 12 meses, 48% apresentam DE e 62% precisam de reposição hormonal.
A disfunção erétil é definida como a incapacidade do homem em manter ereção suficiente para ter uma relação sexual. Embora seja mais comum em homens a partir dos 40 anos, a doença pode surgir em qualquer idade. “Esta é a doença mais comum do sexo masculino e a menos tratada no mundo”, afirma o urologista diretor da Clínica do Homem, Francisco Costa Neto.
A DE pode se manifestar parcialmente ou com ausência total de ereção. Há casos em que o homem para de obter ereção ou só consegue manter ereções adequadas em determinadas situações ou com determinadas pessoas. As causas podem estar relacionadas a fatores físicos ou psicológicos. Entre as causas físicas pode-se destacar diabetes, problemas vasculares, abuso de álcool e drogas, efeitos colaterais de remédios e problemas hormonais como fatores de risco. As causas psicológicas acontecem por medo, ira, frustrações e ansiedade por um bom desempenho sexual.
O tratamento varia de acordo com a origem do problema e pode fazer uso de medicamentos orais, injeções no pênis, acompanhamento psicológico e, em último caso, prótese peniana, quando um dispositivo é inserido no pênis através de cirurgia e facilita a ereção.
Segundo Neto, muitos homens sofrem com o problema mas tem vergonha de procurar um médico. “É importante reconhecer que mesmo apresentando desejo sexual e ejaculação, a disfunção erétil pode acontecer. O homem que percebe alteração na sua capacidade de ereção deve procurar ajuda médica o mais rápido possível, pois a doença pode afetar gravemente a sua autoestima, provocar depressão e acabar piorando o problema”, conta o urologista. Ainda segundo o médico, é possível prevenir a disfunção erétil levando um estilo de vida mais saudável.
“Praticar exercícios físicos, ter uma dieta balanceada, evitar o consumo excessivo de álcool e cigarros podem diminuir o risco de adquirir a doença”.
Inimiga nº 3: Deficiência de Testosterona
Sobre a necessidade de reposição hormonal, o médico, especialista em andrologia, Francisco Costa Neto explica que os principais sintomas relacionados à diminuição na testosterona são diminuição da libido, da energia e humor deprimido. Há diversas formas de reposição hormonal para o homem. Essas opções de tratamento devem ser avaliadas por um especialista e devem ser adequadas ao perfil de cada paciente. “Hoje, temos disponíveis formulações injetáveis e solução de aplicação tópica. Esta constitui-se em uma opção confortável, discreta e segura que rapidamente reconstitui os níveis normais de testosterona”, finaliza.
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