BRASIL & MUNDO
EUA investem US$ 1 bi e garantem 300 milhões de doses de potencial vacina contra Covid-19
País também acordos com outras três fabricantes para sair na frente da reabertura econômica
Os Estados Unidos garantiram quase um terço do primeiro bilhão de doses de uma vacina experimental contra a Covid-19 produzida pela farmacêutica AstraZeneca com a Universidade de Oxford, após a promessa de investir até US$ 1,2 bilhão na compra e em pesquisas.
Sem um tratamento eficaz até o momento, as vacinas, ainda em fase de testes, são consideradas a única maneira de reiniciar economias paralisadas e também de obter vantagem sobre os concorrentes globais.
Depois da exigência do presidente Donald Trump, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA (HHS) concordou em fornecer até US$ 1,2 bilhão para acelerar o desenvolvimento da vacina da farmacêutica britânica AstraZeneca e garantir 300 milhões de doses para o país.
“Este contrato com a AstraZeneca é um marco importante no trabalho em direção a uma vacina segura, eficaz e amplamente disponível até 2021”, disse o secretário de Saúde dos EUA, Alex Azar. As primeiras doses podem estar disponíveis nos Estados Unidos já em outubro, de acordo com um comunicado do HHS.
A vacina, anteriormente conhecida como ChAdOx1 nCoV-19 e agora como AZD1222, foi desenvolvida pela Universidade de Oxford e será licenciada pela AstraZeneca. Ela ainda está em fase de testes e não está claro se ela conseguirá garantir a imunidade desejada contra o novo coronavírus.
O acordo permitirá testes em humanos em estágio avançado da vacina com 30 mil pessoas nos Estados Unido
A AstraZeneca, sediada em Cambridge, na Inglaterra, disse que já havia fechado acordos para produzir ao menos 400 milhões de doses da vacina e garantiu capacidade de produção para 1 bilhão de doses, com a entrega começando já em setembro.
A empresa já tinha concordado em fornecer 100 milhões de doses para o Reino Unido, e ministros prometeram que o país seria o primeiro a ter acesso à vacina.
“Gostaríamos de agradecer aos governos dos EUA e do Reino Unido por seu apoio substancial para acelerar o desenvolvimento e a produção da vacina”, disse Pascal Soriot, diretor-executivo da AstraZeneca.
Além da AstraZeneca, o governo dos EUA também fechou acordos para apoiar o desenvolvimento de vacinas com a Johnson & Johnson, Moderna e Sanofi, o que indica que os países mais ricos protegeão seus cidadãos primeiro.
A Sanofi enfureceu o governo francês no início deste mês quando afirmou que as doses de vacina produzidas nos EUA poderiam ir primeiro para os pacientes dos EUA, já que o país oferece suporte financeiro para a pesquisa.
“Temos muitas coisas acontecendo quanto a vacina e terapias”, disse Trump a repórteres na Casa Branca quando questionado sobre o anúncio da AstraZenca. “Vocês verão muitos anúncios importantes nas próximas semanas.” (Folha)
O Serum Institute of India, maior fabricante mundial de vacinas, dedicou uma de suas instalações, com capacidade para produzir até 400 milhões de doses anualmente, para a vacina de Oxford.
Um estudo clínico de fase 1 e 2 do AZD1222 começou no mês passado para avaliar a segurança, imunogenicidade e eficácia em mais de mil voluntários saudáveis com idades entre 18 e 55 anos em vários centros de testes no sul da Inglaterra.
Governos, farmacêuticas e pesquisadores estão trabalhando em cerca de cem programas. Os especialistas estimam que um meio seguro e eficaz de prevenir a doença pode levar de 12 a 18 meses para ser desenvolvido.
Apenas algumas das vacinas em desenvolvimento avançaram para testes em humanos, um indicador de segurança e eficácia e o estágio em que a maioria falha.
“A AstraZeneca reconhece que a vacina pode não funcionar, mas está comprometida em progredir no programa clínico com rapidez e aumentar a produção em risco”, afirmou.
Outros fabricantes de medicamentos, incluindo a Pfizer, J&J e Sanofi, estão em vários estágios diferentes do desenvolvimento da vacina.
A Inovio Pharmaceuticals, com sede nos EUA, disse quarta-feira que sua vacina experimental produziu anticorpos protetores e respostas do sistema imunológico em camundongos e porquinhos-da-índia.
E a Moderna divulgou nesta semana dados positivos para sua potencial vacina, que produziu anticorpos protetores em um pequeno grupo de voluntários saudáveis.