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DNA de preso por mortes de mulheres em Ilhéus não é encontrado nos corpos das vítimas

Embora a polícia tenha apresentado um autor confesso, o assassinato brutal de três mulheres enquanto caminhavam na Praia dos Milionários, na cidade turística de Ilhéus, ainda é um quebra-cabeça difícil de montar. Uma das peças que não se encaixa é o fato de o DNA de Thierry Lima da Silva, de 23 anos, preso dias depois, não ter sido encontrado nos corpos das vítimas, tampouco nas três facas analisadas como prováveis armas do crime. O caso completa nesta segunda-feira (15) um mês e o Correio listou outras incongruências nessa investigação ainda cercada de mistérios.
Por conta da complexidade do caso, as amostras de DNA são analisadas na sede do Departamento de Polícia Técnica (DPT), em Salvador. Após o primeiro descartar que as vítimas foram estupradas e apontar ausência do material genético de quatro pessoas (três homens e uma mulher) tanto nas vítimas quanto no local das mortes, um novo exame — realizado depois do dia 25 de agosto, quando Thierry foi preso — teve o resultado divulgado na última quinta-feira (11) e o Correio teve acesso às informações com exclusividade. O laudo apresentou a mesma conclusão em relação a ele e a outros três suspeitos submetidos à análise.
“Não foi encontrado DNA dele (Thierry) e nem dos demais nos objetos recolhidos do local. Em crimes com arma branca, geralmente fica sangue misturado do autor, cortes comuns ao usar faca em briga. Se ele é réu, confesso, deve ter dito onde enterrou a faca. Como não acharam ainda?”, questiona um dos peritos criminais do DPT ouvido pelo CORREIO, com base nas informações divulgadas pela polícia. Segundo a fonte, o resultado foi também negativo para as digitais dos acusados nas três facas apresentadas pela Polícia Civil (PC) no inquérito. No dia 12 deste mês, novas amostras foram encaminhadas ao DPT.
As vítimas assassinadas no dia 15 de agosto são: Alexsandra Oliveira Suzart, de 45 anos, Maria Helena do Nascimento Bastos, de 41, e Mariana Bastos da Silva, de 20. Alexsandra e Maria Helena eram amigas, vizinhas e atuavam como educadoras na rede municipal. Mariana era filha de Maria Helena e cursava Engenharia Ambiental. As três moravam em condomínios próximos à praia e passeavam com um cachorro, que foi encontrado amarrado em uma árvore há poucos metros dos corpos.
