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PÉGO ou PÊGO?

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Ele foi “pégo” em flagrante ou foi “pêgo” em flagrante? É a dúvida de  muita gente boa.

Antes de tudo, é importante lembrar que não são todos os estudiosos da nossa língua que aceitam a forma “pego” para particípio do verbo PEGAR. Segundo a tradição, o verdadeiro particípio de PEGAR é PEGADO.

Eu até aceito que se diga que “ele tinha pegado os documentos que estavam sobre a mesa”, mas dizer que “ele foi pegado em flagrante” é ignorar a realidade linguística do português falado no Brasil.

Assim sendo, o particípio “pego” é uma variante (pego/pegado) tão aceitável quanto aceito (aceitado), salvo (salvado), entregue (entregado), pago (pagado), ganho (ganhado), gasto (gastado)…

Quanto à pronúncia (“pégo” ou “pêgo”), é uma questão regional. No Rio de Janeiro, há uma visível (ou seria audível?) preferência pelo timbre aberto: “Ele foi pego (/é/) em flagrante”. Em São Paulo e em quase todo o sul do país, prefere-se o timbre fechado: “Ele foi pego (/ê/) em flagrante”.

Não é, portanto, uma questão de certo ou errado. São variações de pronúncia totalmente válidas. Não há por que impor uma pronúncia como certa e outra como errada.
Regionalismo é riqueza.

por Sérgio Nogueira

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