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Personalidades

Dr. Rui Santos

Dr. Rui Santos, a sua história política começou em Ubaitaba. Natural de Casa Nova, Bahia, veio morar aqui em 1931, quando foi nomeado sub-prefeito do distrito de Itapira. Liderou a luta pela emancipação de nossa cidade em 1933 quando assumiu como o primeiro intendente nomeado para o novo município criado neste mesmo ano. Fica no cargo até 1934. Alguns anos mais tarde começa a sua trajetória política na Câmara e no Senado Federal, sob a liderança de Juracy Magalhães.

Sabóia Ribeiro

João Felipe Sabóia Ribeiro, o ex-prefeito de Itapira (37-40) foi um homem das letras também. Além de médico formado pela Faculdade de Medicina da Bahia ele era escritor e poeta. Sua primeira obra literária data de 1923, Rosas de Malherbe, aos 36 anos escreveu sobre a região do cacau Os rincões dos Frutos de Ouro, Tipos e cenários do Sul Baiano e com essa obra ganhou o prêmio da Academia Brasileira de Letras em 1933. Alguns anos após ser prefeito de nossa cidade mudou-se para Ilhéus e de lá para o Rio de Janeiro.

Maroto e Boa Gente, duas figuras folclóricas do município, num tempo em que não haviam praticamente nenhum automóvel no na cidade, eles eram o principal meio de transporte e comunicação do lugar. Se alguém tivesse uma encomenda para entregar em Ilhéus, Ibirapitanga, ou outra cidade próxima, era só chamar Maroto ou Boa Gente que eles iam a pé entregar. Podia ser a encomenda que fosse, bilhete, correspondência, dinheiro, documentos, eles davam conta do recado apesar de não saberem ler, às vezes levavam dias viajando só para isso. Permitam-me o merchandising (Merchandasing é a propaganda indireta), eles eram como o sedex moderno, entregavam no máximo em dois dias, enquanto o Correio convencional demorava até um mês para entregar uma carta em alguma cidade próxima, pois esperavao acúmulo de encomendas para designar algum carteiro, a cavalo, para ir entregar. Eles eram pessoas importantíssimas para as correspondências emergenciais, Correia Ribeiro, firma compradora de cacau da época, os solicitavam constantemente .

Israel César nasceu em Faisqueira, em 04 de abril de 1940. Quando criança viveu com o avô no Oricó-Mirim, tinha como melhores amigas as árvores e com elas conversava todos os dias contando casos e inventando histórias. Aos oito anos foi para a Escola, aos 16 gostava de leituras, e havia lido Castro Alves, Erasmo Braga e Hildebrando Lima. Lia tudo o que podia e se identificava com o ritmo e a poesia. É considerado por quem conhece sua obra um dos maiores poetas e intelectuais de Ubaitaba. Sua primeira experiência com os versos aconteceu ainda na fazenda. Tentou escrever algo que expressasse emoção, saudade, sentimento. Escrevia sobre si mesmo, em uma espécie de desabafo. Suas poesias tornaram-se belas e admirada por todos. Não se enquadrava numa escola literária, preocupava-se apenas em transformar o pensamento em palavras de maneira compreensível . Achava o mundo moderno uma monotonia. Homem simples que optou pela naturalidade do viver. Morreu afogado, em 1982, no rio que foi a sua principal inspiração, ao qual ele dedicou inúmeras poesias: o rio Oricó.

Francisco Xavier de Oliveira

Francisco Xavier de Oliveira natural de Barra do Rio de Contas, nasceu em 01 de agosto de 1877, participou dos momentos finais da Guerra de Canudos, anestesiando os feridos do Exército Brasileiro no Morro da Favela, como estudante sextanista da Escola de Medicina da Bahia onde concluiu o curso de Farmácia e Medicina em 1897. Exerceu a profissão em Barra do Rio de Contas, (atual Itacaré), no arraial de Faisqueira, localidade de São Miguel (atual A. Leal), Taboquinhas, Cachoeira do Pau, (atual Ibirapitanga) e outras localidades próximas. Com a “Enchente de 14” o distrito de Taboquinhas, onde ele morava ficou embaixo d’água então ele preferiu mudar-se para o arraial das Tabocas, onde adquiriu propriedade.

Pereira Júnior

Antonio Pereira Júnior, “O trovador” nasceu no dia 04 de setembro de 1907 em Casa Nova, Bahia. Estabeleceu- se em Ubaitaba em 1933, trabalhou como fazedor de malas, sabão, foi funcionário público municipal e trabalhou no cinema. Sempre colaborou na organização dos bailes folclóricos do municípios, em especial o bumba-meu-boi. Dedicouse a literatura de cordel, chegou a publicar cerca de cem obras literárias, seus principais títulos foram: Como é a eleição no Brasil; O amor é Assim; Zacaria, o filho da Mulher; A donzela Aparecida; O casamento do Tabaréu; Jogo é Bicho de Azar; A condução do jeque; Bicho Papão; Um bode que falou no Oriente e O namoro hoje em Dia…

Fernando Lona

Fernando José Magalhães Lona nasceu em março de 1937, sua carreira artística começou ainda cedo, aos 18 anos, compondo algumas múscias ao violão, inclusive com Vandick Ferreira. Fernado Lona foi compositor, intérprete e “contador de estórias”, como ele preferia ser chamado a escritor, pois ele dizia que “escritor é muito pomposo”, coisa que ele não era, publicou o livro o Romance desastroso de Josiano e Mariana. O filho de Ubaitaba e “Cidadão do Mundo” ficou conhecido Brasil afora com a sua música e teatro, participou em 1963 da peça A Exceção e a Regra de Bertold Brecht e ainda inúmeros shows e peças de teatro em Salvador, onde passou a maior parte da sua vida. A Peça Terra de Ninguém possuía música de sua própria autoria.

Clodomir Xavier

Clodomir Xavier de Oliveira ou professor Closinho como era mais conhecido, nasceu em 06 de maio de 1910 em Itacaré. Fez o curso primário e secundário em Salvador, depois disso se tornou autodidata, dedicou- se ao jornalismo e a cacauicultura. Trabalhou como prático de farmácia com o pai Dr. Francisco Xavier. Dedicou-se ao magistério, foi escrivão de paz, agrimensor prático, desenhista, redator e colaborador de jornais. Político local também foi presidente de Associações e do Sindicato Rural, fundador do Coselho Consultivo dos produtores de Cacau.

José de Almeida Magalhães

José de Almeida Magalhães, “Zezito Magalhães”, foi o filho de Ubaitaba que chegou a ser deputado. Começou a sua carreira política ainda moço, aqui foi vereador por duas vezes na década de 40. Dedicou-se a medicina também, trabalhou no Posto da Cidade e mais tarde chegou a ser deputado estadual, oportunidade em que mudou-se para Salvador, lá foi presidente do Vitória Esporte Clube. Mas nunca abandonou a sua terra natal, aqui possuía propriedades por isso nos visitava constantemente.

Caramurú Santos Machado, “Mauro Machado”, nasceu em Ubaitaba, em 1946, mudou-se para Ilhéus aos 24 anos, e posteriormente para Salvador. Graduado em Sociologia Política e Letras, pela FESPI (atual UESC). Bancário, jornalista e professor, poeta, cantor e compositor. Além disso foi redator e revisor do Diário da Tarde de Ilhéus, estabeleceu-se como professor de inglês, português, sociologia e política, ministrando aulas no Centro Educacional Álvaro Melo Vieira, Instituto Municipal de Educação (IME) e na Faculdade de Sociologia e Política (FESPI). Foi colaborador da “Ilhéus Revista”e diretor cultural da revista “Cacaurama”, colaborando com poemas e artigos.

Antonio Magno

Antonio Magno nasceu em 12 de junho de 1915, no interior de Gandu, município de Santarém, hoje Ituberá. Aos cinco anos, após separação de seus pais, foi trazido pela mãe para Faisqueira e aos oito anos para Itapira. Desde criança começou a trabalhar na oficina de selas e sapatos, numa tenda de barbeiro e mais tarde no comércio. Autodidata, depois de adulto aprendeu sem freqüentar escola e em 1940 tornou-se comerciante com um pequeno estabelecimento neste município. Casou-se em 1942 com D. Silvéria Magno, sua primeira esposa e teve diversos filhos; dedicou-se também ao esporte, onde foi técnico de times por diversos anos.

 

 

Fonte: Aleilton Oliveira in Traços e Retratos da Nossa História, 2004/2010.

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