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Indígenas ameaçam suicídio coletivo caso sejam despejados

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 Nós não vamos sair daqui! Vamos morrer todos juntos! Para a beira da estrada não vamos voltar mais, por isso vamos morrer todos junto, aqui, mesmo!”, dizem os índios Guarani-Kaiowá

Índios guarani-kaiowá da aldeia Passo Piraju, próxima a Dourados (MS),estão decididos a se matar caso seja cumprida a ordem de despejo que receberam em 8 de outubro. A Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados entrou em contato sexta-feira (19) com o governo federal para alertar que há risco de o suicídio coletivo ocorrer.
O parlamentar acrescentou que homens, mulheres, jovens, adolescentes e até crianças, por diversas vezes, têm se lançado na frente de carros e caminhões que passam por estradas próximas aonde moravam. “Foram atitudes tristes e desesperadas tomadas de forma individual por vários índios que consideraram, por algum motivo, não ter mais como levar adiante suas vidas nas terras onde seus ancestrais viveram”, disse Tom.
Após a decisão do tribunal regional federal da 3ª região, em São Paulo, porém, cresceu o risco de que aconteça a morte coletiva. Os guarani-kaiowá souberam que haviam perdido um processo movido por fazendeiros e marcaram uma reunião para decidir o que fazer.

No última terça-feira, a comunidade Passo Piraju informou que: “nós não vamos sair daqui! Vamos morrer todos juntos! Para a beira da estrada não vamos voltar mais, por isso vamos morrer todos junto, aqui, mesmo!”. A decisão foi encaminhada à CDHM pelo Conselho da Aty Guasu Guarani Kaiowá. Esse é um grupo da sociedade civil organizada que é reconhecido pelo Executivo na interlocução com os índios.

O padre Ton e a 1ª vice-presidenta da comissão em exercício, deputada Erika Kokay (PT-DF), enviaram uma carta ao Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e à presidenta da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marta Azevedo, a fim de que sejam tomadas providências para evitar o pior.

A comissão quer que se reveja o processo com rapidez e que se levem em conta os registros históricos a respeito da área ocupada pelos índios, o que provaria serem eles os legítimos donos daquelas terras. De acordo com os representantes da CDHM, durante décadas os índios perderam muitas de suas propriedades, repassadas ilegalmente por governos anteriores do Mato Grosso do Sul a terceiros.
Atualmente, os guaranis-kaiowás reclamam menos do que seria a totalidade de suas terras ancestrais. E eles enfrentam processos morosos e com advogados que não contam com a mesma estrutura à disposição dos representantes dos grupos contrários aos seus interesses.

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