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Enterrado corpo de ex-prefeito da cidade de Vitória da Conquista
Foi enterrado, na tarde desta quarta-feira (17), o corpo do ex-prefeito de Vitória da Conquista e uma das principais lideranças políticas do sudoeste da Bahia, José Pedral Sampaio, de 89 anos, que lutava contra um câncer.
O sepultamento ocorreu no Cemitério da Saudade, no bairro Sumaré. O cortejo saiu do Memorial Régis Pacheco, na região central, em direção ao cemitério e ao som do hino da cidade. O caixão foi levado pelo carro do Corpo dos Bombeiros. Muita gente acompanhou a pé o cortejo.
Três vezes prefeito de Vitória da Conquista, casado e sem deixa filhos, ele estava internado para tratamento desde maio. O corpo do ex-prefeito foi velado no Memorial Régis Pacheco, na Praça Tancredo Neves.
Histórico
José Pedral Sampaio nasceu na casa do avô, o coronel gugé, na Praça Barão do Rio Branco, no dia 12 de setembro de 1925. O responsável pelo parto foi o médico Régis Pacheco, que se tornou seu padrilho político.
Pedral fez o curso primário na cidade, mas, aos sete anos, foi morar com o avô paterno, em Santo Antônio de Jesus. Em Salvador, se formou em Engenharia Civil. Participou da União Nacional dos Estudantes (UNE). De volta a Conquista, o engenheiro civil ingressou na vida pública.
Pedral disputou pela primeira vez o cargo de prefeito de Vitória da Conquista em 1958, mas perdeu a eleição para o líder político da época, Gerson Gusmão Sales. Em 1962, com o apoio do então governador Régis Pacheco e da líder política Olívia Flores, foi eleito prefeito pela primeira vez, marcando o início da época conhecida como “Pedralismo”.
No início de maio de 1964, militares da 6ª Região chegaram a Conquista para efetuar prisões de pessoas apontadas como comunistas e inimigas do golpe. Um ônibus foi estacionado na Praça Barão do Rio Branco para transportar os presos até Salvador. Foram detidas figuras importantes na época, entre elas, o então prefeito José Pedral Sampaio.
Pedral foi um dos prefeitos do Brasil que perderam o mandato naquele período. Ele teve os direitos políticos suspensos. Foram quase 20 anos nos bastidores da política. Com a anistia, ele voltou à cena em 1982 numa das eleições mais disputadas da história da cidade.
Na década de 1980, Pedral participou da campanha política de Waldir Pires (PT) para o governo do estado. Com Waldir eleito, Pedral deixou a prefeitura de Vitória da Conquista nas mãos do vice, Hélio Ribeiro, e foi para Salvador ser Secretário de Transportes do Estado.
No início dos anos 1990, Pedral aderiu ao grupo político liderado pelo governador Antônio Carlos Magalhães, que foi seu adversário político desde a época em que estudaram juntos na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Em 1990, Pedral se candidatou a deputado federal, mas não foi eleito. Em 1992, venceu as eleições municipais e, pela terceira, voltou a prefeitura de Vitória da Conquista.
A terceira administração de Pedral foi criticada. Em 1997, após deixar a prefeitura, enfrentou um período de ostracismo político. Em 2002, candidatatou-se a deputado estadual, mas não foi eleito.
Como político e engenheiro civil, Pedral construiu o predio do Colégio Sacramentinas, a casa onde funciona o Procon, em formato de piano. E outras obras importantes como o Terminal da Lauro de Freitas, a Central de Abastecimento, Avenida Rosa Cruz. Foi Pedral também que transferiu a prefeitura para o prédio atual, modernizou a Praça Barão do Rio Branco, além de transformar o antigo Jardim das Borboletas na Praça Tancredo Neves.
Em 2013, a Câmara de Vereadores de Vitória da Conquista devolveu a Pedral Sampaio, de forma simbólica, o mandato de prefeito, cassado em 1964. Pedral casou-se pela primeira vez com Lícia Pedral. Depois de viúvo, casou-se com Zica Pedral. pedral sampaio não teve filhos biológicos. (G1/Bahia)
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