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AÇÃO POLICIAL

Professora agredida por mãe de aluno revela que foi ameaçada com tesoura

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A professora agredida pela mãe de um aluno no Rio Grande do Sul, revelou que a situação foi pior do que a versão inicialmente divulgada na terça-feira (24).

Professora foi agredida na Escola Municipal Irmão Pedro. (Foto: Paula Vinhas/Prefeitura de Canoas)

Professora foi agredida na Escola Municipal Irmão Pedro.
(Foto: Paula Vinhas/Prefeitura de Canoas)

Segundo informações da professora de 29 anos, que não quis se identificar, após ter sido arrastada pelos cabelos, ela e outras duas docentes, entre elas a diretora da escola, foram ameaçadas de morte pela mulher, que segurava uma tesoura.

“Ela ameaçou com uma tesoura a orientadora e a diretora da escola e disse que se eu chamasse a polícia, seria uma mulher morta”, contou a professora ao site G1.

O fato aconteceu na Escola Municipal Irmão Pedro, no município de Canoas, no dia 4 de março, mas só foi divulgado nesta terça, após a prefeitura tomar providências.

Segundo a prefeitura, a confusão teve início após o aluno se atrasar mais de 30 minutos. Ao chegar na aula, ele foi orientado pela professora a ir até a direção e pegar uma autorização para entrar. O aluno voltou com a mãe, que, apesar de estar com o documento solicitado em mãos, agrediu a docente por ela não ter deixado a criança entrar na sala anteriormente.

“Ela veio com o dedo em riste me chamando de pirralha, me ofendendo. Eu disse para ela ir à direção, porque eu não iria conversar naquele nível, mas ela meteu o pé na porta e entrou na sala de aula. Quando eu virei as minhas costas para chamar a direção, ela me puxou pelos cabelos e me arrastou pelo pátio da escola na frente dos meus alunos e colegas. Meus alunos ficaram gritando para me soltar. O próprio filho dela gritava para que ela me soltasse”, contou ao G1.

A prefeitura informou que pedir autorização para entrada na sala de aula após atrasos é um procedimento normal nas escolas. A professora explicou que a ideia da mãe acompanhar o aluno até a sala partiu da direção da escola, pois o menino estava chorando. “Sem imaginar que ela ia me agredir”, lamentou.

Apesar das agressões, a professora garante que os danos psicológicos foram piores. Ela ficou de licença até a segunda-feira da semana seguinte, dia 9, e pediu transferência para outra instituição municipal. “Fui até a secretaria. Aconselharam-me a mudar de escola e eu acho que sim, era importante, porque a mãe me ameaçou de morte”, explicou.

Paralisação
Nesta terça-feira (24), foi realizada uma paralisação na escola. A professora conta que o ato partiu de ex-colegas que solicitavam a transferência do aluno e seu irmão, que está no primeiro ano do ensino fundamental.

Os meninos continuam estudando na escola Irmão Pedro, mas a mãe foi orientada a não comparecer mais à instituição. “Sabemos que as crianças não têm nada a ver com isso, mas como o professor é sempre submetido a esse tipo de coisa, resolveram paralisar. O caso só veio à tona porque meus colegas chamaram a imprensa”, contou.

Após a agressão, um boletim de ocorrência foi registrado. De acordo com o delegado Cleomar Marangoni, responsável pelo caso, a Polícia Civil aguarda o laudo do exame de corpo de delito para encaminhar um termo circunstanciado para a Justiça. A mãe do aluno deve responder por lesão corporal.

Punição
A professora disse ainda que a prefeitura tentou “abafar o caso”. O secretário de educação de Canoas, Eliezer Pacheco, afirmou que foram tomadas todas as providências necessárias e negou que houvesse uma tentativa de evitar a divulgação do caso. Segundo ele, ainda antes da repercussão na imprensa, já haviam sido acionados a Brigada Militar, a Polícia Civil, o Conselho Tutelar e o Ministério Público.

O secretário ainda afirmou que não houve ameaças a nenhum integrante do corpo docente da escola nas três semanas após o fato. Apesar de reconhecer que o problema foi “grave”, Pacheco disse estranhar a “articulação com a mídia” em torno do caso.

Pacheco afirmou também que concorda com a transferência dos dois filhos da agressora. Entretanto, como a mãe das crianças não aceitou, nada pode ser feito. “Não temos amparo legal para fazer isso. E punir os filhos por erros dos pais é inaceitável e odioso”, destacou. (Correio da Bahia)

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