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Mais seis presos da Lava Jato devem ser ouvidos no 2º dia de CPI no PR
Oitiva será em um auditório da Justiça Federal a partir das 9h desta terça (12). Na segunda (11), dos 7 investigados apenas 2 responderam as perguntas.
O segundo dia da CPI da Petrobras em Curitiba, nesta terça-feira (12), deverá ouvir os depoimentos da doleira Nelma Kodama, do operador René Luiz Pereira, dos ex-deputados Luiz Argôlo (SD-BA), André Vargas (sem partido-PR) e Pedro Corrêa (PP-PE) e, por fim, do doleiro Carlos Habib Chater, dono do posto de gasolina em Brasília que deu nome à operação da Polícia Federal. Todos estão presos e são investigados pela Operação Lava Jato. A oitiva será em um auditório da Justiça Federal a partir das 9h.
Na segunda (11), sete dos 13 investigados foram interrogados pelos deputados. A sessão durou quase dez horas, e registrou momentos de animosidade, com bate-boca entre deputados e o advogado do empresário Fernando Baiano. Foram ouvidos: Alberto Youssef, Mário Góes, Nestor Cerveró, Fernando Soares, Guilherme Esteves, Adir Assad e Iara Galdino. Destes, apenas os doleiros Alberto Youssef e Iara Galdino responderam aos questionamentos dos parlamentares.
Os demais investigados optaram por permanecer em silêncio, o que não impediu alguns deputados de fazerem as perguntas programadas. Outros deputados, diante do silêncio, optaram por anexar as perguntas à ata da sessão.
‘Planalto sabia’
O doleiro Alberto Youssef reafirmou, no depoimento, que ele acredita que o alto escalão do governo federal sabia do esquema de corrupção na estatal. A confirmação de Youssef foi feita após o deputado Bruno Covas (PSDB-SP) ler depoimento de delação premiada do doleiro, em que ele citava políticos que, segundo o próprio Youssef, tinham conhecimento das irregularidades.
Na lista do depoimento prévio de Youssef, o deputado leu os nomes do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da presidente Dilma Rousseff e dos ex-ministros Antonio Palocci, Gleisi Hoffmann, José Dirceu, Ideli Salvatti, Gilberto Carvalho e Edison Lobão. Após a leitura dos nomes, Covas perguntou se Youssef confirmava se, na opinião dele, essas pessoas tinham conhecimento do esquema.
“Confirmo e digo que isso é no meu entendimento”, afirmou o doleiro.
‘Injustiçada’
Já Iara Galdino disse que se sentia injustiçada com as acusações. Ela afirmou que abria as empresas de fachada, em nome de laranjas, mas não tinha contato com clientes. Galdino garantiu que jamais assinou nenhum contrato de câmbio, que fazia parte do “terceiro escalão” do esquema, e que foi usada por uma “organização criminosa”.
A doleira já foi condenada em um dos processos decorrentes da Lava Jato por evasão de divisas, por operar instituição financeira irregular, corrupção ativa e por pertencer a organização criminosa. Somadas as penas foram de 11 anos e nove nesses de reclusão.
Tumulto
A sessão da CPI teve um momento acalorado durante o depoimento de Fernando Soares, o Fernando Baiano, que permaneceu em silêncio. Em determinado momento, o deputado Onix Lorenzoni (DEM-RS) sugeriu ao investigado que considerasse fazer um acordo de delação premiada, porque o silêncio não seria uma boa estratégia. O advogado de Fernando Baiano retrucou: “A estratégia de defesa é minha, não é sua”, o que deu início a uma discussão.
Os parlamentares criticaram a postura do advogado, uma vez que apenas o investigado teria direito à palavra. O bate-boca durou cerca de dois minutos até que foi controlado pelo presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB). Lorenzoni e o criminalista voltaram a discutir ainda ao final da sessão pelo mesmo motivo.
Cerveró
O ex-diretor área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró também não quis responder às perguntas dos parlamentares. Ele afirmou, no início do depoimento, que deveria estar respondendo aos processos em liberdade, e que só falaria após “ser devolvido” o seu direito constitucional à liberdade.
Os depoimentos de Mário Góes, Guilherme Esteves de Jesus e Adir Assad, acusados de serem operadores do esquema também transcorreram com silêncio dos investigados. (G1)
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