Falar sobre a legalização da maconha levanta polêmicas em qualquer roda de conversa de qualquer país. Dessa vez, o assunto foi o tema principal do Geração Selfie deste sábado (23). A data marca também mais uma edição da Marcha da Maconha em São Paulo. Nas últimas semanas, outras edições foram realizadas em outras cidades, como Porto Alegre e Rio de Janeiro.
Para descobrir o que pensam adolescentes de São Paulo sobre a maconha, o G1 trouxe ao estúdio cinco jovens de 18 e 19 anos.
O assunto dividiu opiniões. Veja no vídeo acima o que Pamela, Vitor Katsuki, Gabriel, Maria Clara e Victor Pereira têm a dizer.
Leia mais sobre os participantes do GS #11:
PAMELA, 18 ANOS
A jovem Pamela Cristina Santana Pinto mora no bairro de Americanópolis, na Zona Sul, e, além de cursar o ensino médio no período noturno, participa de um curso de audiovisual e um grupo de teatro. Seu objetivo é fazer faculdade de artes cênicas. Filha mais velha de uma família de quatro irmãos, Pamela tem personalidade forte e não tem medo de dizer o que pensa.
Ela diz que não fuma maconha, mas é a favor da legalização, “porque não vai fazer diferença nenhuma” no caso das pessoas que fumam por diversão, mas vai facilitar a vida de quem precisa de remédios feitos a partir da cannabis sativa. “O que não pode é deixar outras pessoas tarem morrendo por egoismo dos outros”, diz ela.
GABRIEL, 19 ANOS
Gabriel Bueno é estudante de engenharia civil em Campinas, trabalha em uma empresa de transporte e logística em Louveira e mora em Valinhos. O adolescente tem como interesse principal a política, e atualmente é coordenador municipal do Movimento Brasil Livre (MBL) em Valinhos. Torcedor do Guarani, Gabriel pretende ser engenheiro autônomo, e não pensa em seguir carreira acadêmica na política.
O jovem diz que não fuma maconha e é contra a legalização da droga no Brasil. Ele afirma que seus pais também têm a mesma posição e, se um dia tiver filhos, pretende transmitir a mesma educação que recebeu. “Enquanto não houver estudos que comprovem benefícios da maconha, vou falar pra ele não experimentar, não usar esse tipo de substâncias.”
VICTOR P., 18 ANOS
O estudante Victor Pereira é aluno de um cursinho popular na Cidade Universitária, na Zona Oeste de São Paulo, e mora com a família em Barueri, na Grande São Paulo. Ele pretende cursar pedagogia e sua primeira opção é o vestibular da Fuvest. Militante do coletivo Rua – Juventude Anticapitalista, Victor se aproximou da militância depois de ser vítima de um episódio de homofobia e bullying na sua escola.
Neste sábado, ele diz que estará na Avenida Paulista para a Marcha da Maconha, que ele ajudou a construir. Segundo Victor, na primeira vez que ele viu alguém fumando maconha, ele achou “um absurdo”, e achou que a pessoa acabaria com sua vida. Mas ele mudou de ideia, e afirma que “a lei de drogas totalmente fracassou” e é “racista”, pois, dependendo do bairro e do poder aquisitivo da pessoa pega com a droga, o tratamento vai ser diferente.
MARIA CLARA, 18 ANOS
A jovem mora em São Bernardo do Campo e, atualmente, tem os dias cheios. Além de trabalhar no processo de certificação de qualidade de uma empresa de cromação, ela também estuda produção multimídia. Ligada em redes sociais, Maria Clara Costa vive fazendo montagens e é exímia conhecedora de memes, como já demonstrou em outra edição do Geração Selfie.
Maria Clara se diz favorável à legalização da maconha. Para a jovem, a questão deveria ser tratada na esfera da saúde, e não como um assunto da esfera criminal. “Se fosse regulamentado [o uso de maconha], a violência seria diminuída”, afirma ela.
VITOR K., 18 ANOS
O estudante Vitor Katsuki vive em Cotia com os pais, um empresário e uma cabelereira. Filho único, ele cursa o terceiro ano do ensino médio e pretende estudar produção fonográfica. Vitor é apaixonado por música e toca violão, guitarra e baixo. O adolescente tem uma banda com amigos.
Vitor diz que não fuma maconha e, pela educação que recebeu dos pais, não usaria a droga e não é a favor da legalização para qualquer uso. “Sou a favor para fins medicinais”, explicou ele. Segundo o jovem, seu primeiro contato com maconha foi na rua, quando passou por um grupo de pessoas e sentiu um cheiro que ele descreve como “vegetação sendo queimada”. “Já me falaram como era…’ah, tô sentindo cheiro de maconha’, e ficou na minha cabeça”, disse.(G1)
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