Taís Araújo fala sobre prisão de acusados de ataques racistas na web

A prisão de cinco acusados de ataques racistas foi parabenizada pela atriz Taís Araújo, uma das vítimas do preconceito, nesta quarta-feira (16).

Procurada pelo site ‘Purepeople’, a atriz afirmou que espera que crimes contra negros não fiquem impunes. “É importante saber que a justiça deu continuidade à denúncia”. A polícia acredita que o mesmo grupo orquestrou os ataques contra as atrizes Cris Vianna e Sheron Menezzes.

A Polícia Civil realizou uma operação em sete estados, entre eles a Bahia, e conseguiu identificar integrantes do grupo criminoso. “A intenção dos ataques era mesmo chamar a atenção, escolhendo pessoas públicas como vítimas”, disse o titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática do Rio de Janeiro, Alessandro Thiers.

Prisões
A Polícia Civil prendeu na manhã desta quarta-feira (16), na cidade de Brumado, no centro-sul do estado, Tiago Zanfolin, de 26 anos. Ele é um dos investigados pelo crime de injúria racial contra a atriz Taís Araújo e a jornalista Maria Júlia Coutinho, ambas da TV Globo.

A Operação Cyberstalkin é uma ação da Polícia Civil do Rio de Janeiro, em parceria com Bahia. Outros mandados de prisão e apreensão também foram cumpridos em São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.

Ataques racistas
Taís Araújo se tornou alvo de comentários racistas, em outubro do ano passado, em uma foto no Facebook. A publicação recebeu os comentários preconceituosos de diferentes perfis. Após o racismo, a hashtag #SomosTodosTaisAraujo, em defesa da global, virou o assunto mais comentado no Twitter.

“Absolutamente tudo está registrado e será enviado à polícia federal. E eu não vou apagar nenhum desses comentários. Faço questão que todos sintam o mesmo que senti: a vergonha de ainda ter gente covarde e pequena nesse país, além do sentimento de pena dessa gente tão pobre de espírito”, escreveu Taís na época.

Entre os termos utilizados pelos internautas que atacaram a atriz estão “cabelo de esfregão”, “negra escrota” e “macaca”. “Entrou na Globo pelas cotas”, disparou um usuário do Facebook. “Já voltou pra senzala?”, comentou outro.

Em julho do ano passado, a jornalista Maria Júlia Coutinho também foi vítima de racismo na internet. Na ocasião, o “Jornal Nacional” abordou o assunto e Willian Bonner mostrou apoio à colega do telejornal utilizando o termo #SomosTodosMaju.