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Bahia

Nº de casos suspeitos de doença misteriosa em Salvador sobe para 19

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Em 3 dias foram sete novos casos; pesquisador suspeita de parechovirus.
Doença causa dores musculares e deixa urina preta.

 

 

 

A coordenadoria da Vigilância à Saúde de Salvador informou que 19 casos suspeitos da doença que causa dor muscular intensa e urina preta já foram notificados na capital baiana. Ainda não há informações da situação em outras cidades da Bahia. Apesar do surgimento de novos casos, o órgão informa que é necessário aguardar o resultado das pesquisas. O infectologista Antônio Bandeira, que acompanha casos em um hospital particular de Salvador, apontou que até sexta-feira (16) havia atendido 12 pacientes com os sintomas. Até a quinta-feira (15), eram nove casos.

A Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) também se posicionou sobre o caso e divulgou um alerta epidemiológico para que os médicos fiquem atentos aos sintomas da doença.

O laboratório de virologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), coordenado pelo professor Gúbio Soares, já analisou amostras de urina, fezes e sangue de quatro pacientes que apresentaram os sintomas, como fortes dores que começam no pescoço e nas costas, e que em 24 horas se espalham para braços e pernas. A suspeita levantada pelas pesquisas é que a doença seja causada elo enterovirus tipo “b” ou pelo parechovirus humano. Os dois provocam mialgia, que são as dores musculares.

De acordo com o pesquisador, a suspeita maior é que parechovirus seja o responsável pelo surto, já que as dores provocadas por ele são mais fortes. Nos últimos 10 anos, na França e no Japão, foram registradas contaminações de pelo menos 60 pessoas que sentiram dores provocadas pelo parechovirus.

A forma de transmissão pode ser pelo ar ou pelas fezes de pessoas contaminadas, que são espalhadas no mar. Alguns dos pacientes estiveram em Guarajuba, no Litoral Norte da Bahia, antes de apresentarem os sintomas. A contaminação pela ingestão de peixes não foi descartada.

“Se em Guarajuba os esgotos estão sendo jogados no mar, esse mar provavelmente vai estar contaminado. Tudo isso abre um leque de investigação e uma oportunidade de se estudar”, explicou.

O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) informou que apesar de serem resonsáveis pela avaliação da qualidade da água no Litoral Norte, o assunto está a cargo da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), que disse que o caso está sendo investigado. Já a Embasa disse que o esgoto da região é devidamente tratado e destinado ao Rio Pojuca, que desemboca no mar, entre as praias de Guarajuba e Praia do Forte.

O infectologista Antônio Bandeira já havia apontado que a enfermidade pode ser causada por um vírus ou por uma toxina presente em peixes de água salgada, por conta de relatos de pacientes que apresentaram sintomas. Em um dos casos mais graves na Bahia, a doença chegou a causar insuficiência renal.

 

 

A estudante Giovana Colavolpe e o namorado Tiago Pavan apresentaram os sintomas após ter ingerido o peixe, segundo o infectologista.

O casal foi para Guarajuba e comeu o peixe em uma moqueca. A tia deles estava no mesmo local com sintomas, mas não sabia da doença e tomou remédios achando que o corpo estava “moído”.

Outros dois casos acompanhados pelo infectologista são de pessoas que estavam em Praia do Forte e compraram um peixe em Guarajuba.

 

 

 

 

Bandeira afirmou ainda que o sintoma de urina preta ocorre por conta da rabdomiólise, causada pela lesão muscular. Segundo explicou, a lesão musucular é tão grande, que sai pigmento do músculo, que é vermelho. O pigmento vermelho vai para o rim e o indivíduo tem a urina escura. Isso demonstra uma dor muscular intensa.

Fonte: G1 Globo

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