“Ele já entrou atirando, não tinha um alvo fixo, então ele tentou acertar o maior número de pessoas possíveis. Em algum momento, a arma ‘picotou’ [falhou]. Houve uma certa imperícia dele, porque o revólver falhou em alguns momentos. Quando ele conseguiu atirar na entrada do colégio, as pessoas começaram a correr.
“Ele não teve condição com arma, que só tinha seis balas e ele teria que recarregar – e ele tinha material para recarregar –, ele não teve tempo de executar mais pessoas”.
Inicialmente, a polícia informou que Geane teria sido baleada. No entanto, durante as investigações, a informação foi corrigida. A vítima foi morta por golpes de um facão. “Infelizmente a vítima era uma cadeirante, deficiente física. Ela não teve condições de reagir. Ele conseguiu degolá-la e esfaqueá-la”.
O delegado Rivaldo destacou que o adolescente foi responsável por comentários racistas na internet, e todo o material publicado por ele será investigado.
“Ele é aluno introspectivo, conversava pouco, gostava de usar roupas pretas, de fazer comentários racistas na suas escritas. Então nós entendemos que ele programou tudo isso”.
Depois que receber alta médica, o adolescente seguirá apreendido. O delegado também informou que já acionou o Ministério Público da Bahia (MP-BA) e a Justiça, com relação ao ataque.
“É uma prisão diferenciada, por ele ser menor de idade, mas é uma prisão. Ele está à disposição da Justiça. Estamos em contato com o Ministério Público e o Judiciário, para que a gente consiga mantê-lo apreendido pelo maior tempo possível, até para entender a situação melhor, tomar o depoimento dele e conseguir avançar bastante na investigação”, explicou.
Publicações nas redes sociais
O delegado detalhou que a polícia apura publicações na internet, feitas pelo adolescente, e informou que investiga a participação dele em outros ataques, que teriam sido praticados em outros estados.
“Nós estamos em contato com autoridades de outros estados, porque há indício de relação com outras situações, em outros estados. Ele tinha uma relação na internet muito forte, e nós estamos investigando outras autoridades para conseguir entender os motivos, a forma, se alguém financiou e incentivou de alguma forma, se participou desse atentado”.