“Azeitona”, “Beto Avião” e outros nomes exóticos de candidatos das eleições municipais de 1988 em Sorocaba (SP) inspiraram o aposentado Tomaz Cortez Montes, de 74 anos, a criar uma inusitada coleção de “santinhos”. Curioso quando se trata de política, o sorocabano reuniu mais de 600 papéis com informações dos candidatos apenas daquele ano, mas o número que cresceu cinco vezes até 2008, quando ele encerrou o hobby com mais de 3 mil propagandas encadernadas.
“Estava conversando com amigos sobre candidatos que tinham apelidos raros e fomos juntando ‘santinhos’. Quando fui catalogar, tinham mais de 600. Decidi repetir essa ação até 2012, mas como não cataloguei os daquela eleição, a de 2008 se tornou a última”, explica.
Coleção organizada
Os “santinhos” estão organizados em livros de capa dura, divididos por ano eleitoral e organizados por partido político – mais e menos votados e curiosidades, como o candidato mais velho e o mais jovem, entre outros. Algumas edições, como a de 1988, tem inclusive o candidato com o maior nome a concorrer a uma vaga na câmara municipal daquele ano: José Julio Pereira Cintra de Almeida Prado, filiado ao Partido da Frente Liberal (PFL).
No total, são arquivos de 1988, 1992, 1996, 2000, 2004 e 2008 que têm, cada um, mais de 600 propagandas de candidatos. Apesar do número de opções, o aposentado considera o primeiro o mais especial. “O de 1988 foi feito com mais detalhes, por ser o primeiro. Eu acompanhava tudo de perto, estava mais atento. É bem bacana.”
As propagandas eleitorais já chamaram até a atenção inclusive de possíveis compradores, mas o sorocabano garante que não está interessado em se desfazer dos arquivos. Pelo menos por enquanto. “Pedi para o interessado deixar para lá. Mas você sabe, tudo nesta vida tem preço [risos]. Por enquanto, não estou vendendo”, brinca.
Segundo o aposentado, o recolhimento de “santinhos” ocorre não apenas por parte dele, mas também de amigos e clientes da lanchonete que ele mantém, junto a mulher, no bairro Guadalajara. Questionado se considera a coleção uma prática saudável, ele afirma que sim e diz ter melhorado a concentração após ela.
“Quando dou por mim, já estou colecionando alguma coisa. Gosto de organizar e saber mais sobre as coisas ao meu redor. Me faz muito bem e me diverte”, destaca. (G1)
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