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Bahia tem o maior número de pessoas vivendo na extrema pobreza, revela IBGE

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Bahia tem o maior número de pessoas vivendo na extrema pobreza, revela IBGE

Apesar de o número de baianos que vivem em extrema pobreza ter reduzido em um ano, a Bahia ocupa o primeiro lugar no ranking dos estados com mais pessoas vivendo nessa condição no Brasil. Cerca de 1,325 milhão de pessoas são extremamente pobres no estado – o que representa 8,8% da população. Estão abaixo da linha da pobreza aqueles que ganham até R$ 210 por mês, ou seja, vivem com, em média, R$ 7 por dia.

Os dados fazem parte da pesquisa anual Síntese de Indicadores Sociais (SIS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta quarta-feira (4). Entre 2022 e 2023, segundo o levantamento, o número de pessoas extremamente pobres caiu 26% na Bahia. Cerca de 467 mil pessoas saíram desta condição no período. Mesmo assim, o estado ocupa o primeiro lugar em números absolutos e o 6º na proporção entre os estados.

Mariana Viveiros, supervisora de disseminação de informações do IBGE, avalia que a extrema pobreza tem sido reduzida na Bahia nos últimos anos. Em 2023, atingiu o menor patamar dos 13 anos da série histórica.

“Em 2020, houve uma queda grande da pobreza por conta dos auxílios governamentais disponibilizados durante a pandemia. Em 2021, esses auxílios saem, mas continuamos observando a redução mais significativa dos índices”, explica. Em termos proporcionais, a Bahia, com 8,8%, tem menos pessoas extremamente pobres do que estados como Acre, Maranhão e Ceará.

Márcio Lima é presidente da Central Única das Favelas (Cufa) na Bahia, organização não governamental que realiza projetos sociais de combate à pobreza e está presente em 160 municípios baianos. Ele avalia que é preciso capacitar a população para que as pessoas estejam inseridas no mercado de trabalho e, assim, saiam da linha da pobreza.

“Para além da fome, as pessoas têm necessidade de gerir suas próprias vidas com dignidade. Por isso, fazemos capacitações para que, através do conhecimento, ocorra a emancipação”, diz Márcio Lima. Por mês, são oferecidas 50 vagas no projeto Alimentando Sonhos, em que mulheres têm aulas gratuitas de gastronomia no bairro Areia Branca, em Lauro de Freitas. O programa é uma parceria com a empresa M. Dias Branco.

Lavínia Oliveira, de 27 anos, está desempregada em 2021 e viu no curso uma possibilidade de investir no seu futuro. “Eu já tinha um conhecimento básico de culinária, mas vi uma oportunidade de conseguir empreender no futuro”, conta a jovem, que mora em Vida Nova. No ano que vem, ela planeja começar a vender salgados para complementar a renda da família. (Jornal Correio)

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