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Canoagem bane países por doping e pode acirrar prova do Brasil nos Jogos

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A Federação Internacional de Canoagem (ICF, na sigla em inglês) baniu as equipes de Romênia e Bielorrússia de competições internacionais pelo período de um ano, o que deixa os canoístas de ambos os países fora da Olimpíada de 2016.

Canoagem bane países por doping e pode acirrar prova do Brasil nos Jogos

Erlon Souza, à frente, e Isaquias Queiroz: campeões mundiais na C2 1000m podem ter adversários mais duros nos Jogos – Reprodução/Facebook

A decisão, anunciada neste sábado e motivada por falhas sistemáticas no controle de dopagem, pode dificultar a vida do Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio.

A Romênia havia garantido vaga na C2 1000m, prova em que os brasileiros Isaquias Queiroz e Erlon Souza, atuais campeões mundiais, brigarão por medalha na Rio-2016. Como a ICF anunciou que redistribuirá as vagas após banir romenos e bielorrussos, é possível que a Alemanha, quarta colocada no qualificatório europeu (apenas os três primeiros se classificavam para os Jogos), consiga entrar de última hora na C2 1000m.

O espanhol Jesus Morlán, treinador de Isaquias e Erlon, diz não se preocupar com a redistribuição de vagas, lembrando que os atletas que forem chamados terão pouco tempo de preparação para os Jogos. O caso da Alemanha na C2 1000m, contudo, é uma exceção. Uma das grandes surpresas do qualificatório olímpico havia sido justamente a não classificação dos alemães nesta prova.

CAMPEÃO MUNDIAL FORA

Os alemães são os atuais campeões olímpicos na C2 1000m e teriam condições de formar uma dupla competitiva graças a Sebastian Brendel, ouro em Londres-2012 e atual campeão mundial na C1 1000m. Brendel eventualmente compete em duplas na mesma distância, como na etapa de Racice da Copa do Mundo de Canoagem, em maio, quando levou a prata na C2 1000m competindo com Jan Vandrey. Eles foram superados somente pelos irmãos Oleg e Serghei Tarnovschi, da Moldávia, outros fortes concorrentes por medalha na Rio-2016.

– Se a lista correr, uma vaga deve acabar com a Alemanha. Inclusive, o Brendel já vinha buscando uma dupla para competir na C2 1000m. Fazia muito tempo que a Alemanha não ficava sem vaga olímpica na C2 1000m, uma prova na qual eles sempre são fortes. Preocupar, não preocupa. Mas a presença deles nos incomoda – explicou Morlán.

Artsem Kozyr, ao centro, com a medalha de ouro da C1 200m no Mundial de 2015. Isaquias, à direita, foi bronze – Divulgação/CBCa
Por outro lado, como lembra Morlán, o banimento da Bielorrússia tira dos Jogos de 2016 o atual campeão mundial da C1 200m, Artsem Kozyr. Isso poderia facilitar a vida de Isaquias Queiroz, bronze nesta prova no Mundial de 2015, e que também disputará essa distância na Rio-2016. Isaquias participa ainda da C1 1000m, prova pouco afetada pelo banimento. Na visão de Morlán, a Romênia, que havia conquistado vaga na C1 1000m, já tinha poucas chances de medalha.

USO DE MELDONIUM

Romênia e Bielorrússia acabaram suspensas por um ano pela ICF devido a casos recorrentes de uso de meldonium por seus atletas, substância que entrou na lista proibida da Agência Mundial Antidoping (Wada) em 2016.

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Segundo a ICF, 11 atletas da Romênia foram flagrados com a substância em exames antidoping realizados em abril, fora de período de competição. No caso da Bielorrússia, cinco atletas foram flagrados em exames realizados durante um período de treinos na França, no início deste ano. A federação internacional prometeu anunciar a redistribuição da vagas até segunda-feira.

– Essa é uma mensagem clara de que a ICF tem tolerânzia zero com trapaceiros e que faremos tudo ao nosso alcance para removê-los do esporte. Estou desapontado que tenhamos chegado a esse ponto, mas estou certo que nossas ações vão reforçar que apoiamos competições limpas. Nossos atletas precisam ter a certeza de que competem em condições de igualdade – declarou o presidente da ICF, José Perurena, em comunicado.

Embora a Bielorrússia tenha liderado o quadro de medalhas no último Mundial de Canoagem, em 2015, com três bronzes, duas pratas e cinco ouros, o treinador espanhol Jesus Morlán não acredita que o banimento do país cause grande impacto nos pódios da Rio-2016. Segundo Morlán, tanto Bielorrússia quanto Romênia não chegavam como favoritos na maioria das provas que participariam nos Jogos Olímpicos. (O Globo)

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