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Canoísta baiano é promessa para Jogos Olímpicos de 2024

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Um novo ‘Isaquias’ vem sendo forjado nas águas do Rio de Contas, em frente ao centro de treinamento de canoagem de Itacaré, no Sul da Bahia. Aos 15 anos, Diego Nascimento traz a vocação para a canoagem advinda da sua própria família.

Além de acompanhar as façanhas de Isaquias, seu conterrâneo medalhista olímpico na Rio-2016, o garoto pertence a uma família de canoístas, que tem o tio Vilson Conceição, medalha de prata nos Jogos Pan-americanos do Rio 2007, e como maior expoente a tia Valdenice Nascimento, irmã de Vilson.

Medalha de ouro na etapa da Copa do Mundo da República Tcheca, em 2016, e bronze nos Jogos Pan-americanos de Toronto, Valdenice é o destaque feminino da canoagem baiana. Na Rio-2016, ela só não competiu porque não houve provas femininas na categoria, mas para Tóquio-2020 está treinando intensamente.

“Sou a 6ª melhor do mundo no C1200 metros”, registrou a canoísta, que se prepara para os Jogos Sul-americanos na Bolívia, em junho, e o Mundial em Portugal, de 23 a 26 de agosto.

“Espero estar no ranking das oito melhores do mundo para, em 2019, me classificar para Tóquio-2020 na Seletiva Olímpica, que será disputada na Hungria, em agosto de 2019”, deseja a tia de Diego, que tem lembranças vívidas do início do talentoso sobrinho no esporte.

“Levo ele para a canoagem desde os 5 anos. Sempre foi um menino dedicado, nunca fez corpo mole. Na Bahia, é bom de aprender, porque depois a gente toma banho no Rio de Contas”,resgatou Valdenice.

Negando estar falando apenas como ‘tia coruja’, a canoísta ainda aposta em um pódio ao lado do sobrinho em 2024. “Tenho 27 anos e posso chegar a Tóquio no auge. Ele já foi para a categoria júnior e em 2019 vai ser o número 1 do Brasil, pelo potencial e dedicação. Não descarto uma dobradinha nossa no pódio da Olimpíada de 2024. Quem sabe?”, disse Valdenice.

Rema 12 km/dia

Além da inspiração natural na tia, Diego também treina para seguir os passos do conterrâneo Isaquias. Habituado desde criança a um treinamento rígido, atualmente de, em média, 12 km por dia, ele tem uma meta definida na carreira e com a qual sonha: os jogos de 2024.

“Acredito que tenho 90% de chance de estar disputando a Olimpíada de Paris, em 2024. Vou continuar treinando duro por esse objetivo”, disse Diego.

O plano é ir galgando um degrau por vez, como vem fazendo desde quando decidiu se tornar canoísta. “Comecei a treinar mesmo, querer viajar, virar um Isaquias da vida, quando ele já era campeão mundial e medalhista olímpico”, explicou.

Um primeiro degrau para remar em uma Olimpíada foi garantido por Diego em abril. O baiano se classificou em 18º lugar na seletiva mundial realizada em Barcelona, na Espanha, e disputará os Jogos Olímpicos da Juventude em outubro deste ano, na Argentina.

Diego competiu no C1 masculino da categoria Slalom, ficando na 36ª posição no ranking. Já na categoria Velocidade, terminou em 6º lugar. Somando seus resultados, chegou a 42 pontos no ranking total, que lhe conferiu a 18ª colocação mundial na seletiva e a vaga para os Jogos na Argentina.

O resultado, segundo Diego, foi obtido com muito trabalho e treinamento, mas não deixa de ter uma mão de Isaquias. “Treinei com ele. Passei um mês com ele antes da prova em Barcelona. Ele me passou dicas, orientações de remada, técnica”, explicou.

Filhos dos cozinheiros João Conceição do Nascimento e Jucilene Nascimento, que trabalham no restaurante Cabana do Costinha, em Itacaré, Diego diz que antes dos Jogos da Juventude terá três desafios. Vai disputar o Mundial, o Sul-americano e o Brasileiro.

Em Buenos Aires, o evento reunirá 4 mil atletas de 206 países, que disputarão 32 esportes. O regulamento da canoagem no evento dita que os atletas participantes devem ter nascido entre os dias 1º de janeiro de 2002 e 31 de dezembro de 2003.

Campeão sul-americano

O potencial técnico de Diego Nascimento é evidente para o professor de canoagem baiano Figueiroa Conceição, um dos que acompanham de perto a carreira do jovem promessa olímpíca e foi treinador da tia dele, Valdenice Conceição. “É um atleta novo, com tendências a brilhar no futuro”, declarou Figueiroa, lembrando que Diego foi o único brasileiro da canoagem a obter classificação para os Jogos da Juventude.

Além disso, o canoísta de 15 anos vem construindo sua carreira conquistando títulos, como a medalha de ouro nos Jogos Sul-americanos da Juventude, em 2017.

Com a atenção voltada também para produzir novos talentos  na canoagem, Figueiroa abriu escolinhas também em Maraú, no Sul da Bahia. “Sai da seleção brasileira em 2017 e iniciamos um trabalho em Maraú, onde não existia canoagem e hoje temos quatro clubes formados”, contou.

Em sete meses de trabalho, Figueiroa formou cinco atletas para a Copa Brasil, disputada em maio deste ano. O time conquistou nove medalhas e um dos atletas foi campeão brasileiro.

(A Tarde)

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