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Caso Fabiana: Delegado acredita que ‘descontrole’ fez paulista estrangular atleta em Natal
Para a polícia, fisioculturista Fabiana Caggiano foi vítima do próprio marido. Viúvo será indiciado por homicídio doloso ainda nesta quinta-feira (24).
- Fabiana Caggiano era campeã de fisiculturismo (Foto: Reprodução/Facebook)
O delegado Frank Albuquerque, que preside o inquérito sobre o caso da fisioculturista paulista Fabiana Caggiano Paes, morta em Natal no dia 2 deste mês, está convencido de que ela foi assassinada. As provas, de acordo com ele, estão nos testemunhos e, principalmente, nos laudos periciais realizados pelo Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep) – que apontam morte por asfixia mecânica. Contudo, Frank não acredita que o crime tenha sido premeditado pelo empresário Alexandre Furtado Paes, viúvo da atleta. Para o delegado, a atleta foi estrangulada num momento de descontrole do marido.
“Inicialmente, ele pode até não ter tido a intenção de matá-la. Mas, algum fato aconteceu e, num possível momento de descontrole, ele a matou”, afirmou Frank Albuquerque. Por isso, segundo o delegado, o empresário será indiciado ainda nesta quinta-feira (24) e responderá por homicídio doloso (quando há intenção de matar).
O delegado afirmou que o inquérito será concluído e remetido à Justiça até o final da próxima semana. Com a remessa, um magistrado receberá o documento e dará vistas ao Ministério Público. Então, caberá à promotoria do caso analisar e decidir se oferece ou não a denúncia. Em caso positivo, o empresário será processado. Até lá, ainda de acordo com o delegado, o futuro de Alexandre é incerto. Na fase inicial das investigações, Frank já acreditava na culpa do suspeito. Chegou, inclusive, a declarar que ele deveria responder pelo crime em liberdade. No entanto, hoje ele já admite que pode pedir a prisão do empresário. “Ainda estou analisando a necessidade de pedir a prisão dele. Isso é segredo e não posso dizer”, confirmou.
“Ela teve 20 paradas cardíacas. Os médicos do Samu tentaram reanimá-la e não conseguiram. Como isso pode ter ligação com um sufocamento? Esse laudo está errado. Eu vou pedir outro em São Paulo. Irei acompanhar isso com o suporte de um advogado. Estou muito abalado. Gostaria de falar mais sobre isso, mas o meu coração pede que não. Queremos esquecer que isso tudo aconteceu”. As palavras foram ditas por Alexandre, com exclusividade, logo após a divulgação do laudo preliminar. O G1 tentou novo contato com o empresário, mas ele não atendeu ou retornou as ligações.
Conclusão
A Polícia Civil do Rio Grande do Norte encerrou a investigação sobre a morte da fisioculturista Fabiana Caggiano Paes, de 36 anos, na tarde desta quarta-feira (23). O delegado responsável pelo caso, Frank Albuquerque, apresentou o laudo pericial à imprensa e confirmou que o viúvo, o empresário Alexandre Furtado Paes, será indiciado por homicídio doloso.
A fisioculturista morreu no dia 2 deste mês, depois de passar cinco dias internada na UTI de um hospital particular de Natal. Segundo Alexandre, em depoimento à polícia, ele a encontrou desacordada e caída no box do banheiro. Tentou reanimá-la e, sem sucesso, buscou socorro.
Ainda de acordo com o delegado, a versão de Alexandre é “mentirosa” e o laudo pericial complentar, divulgado nesta quarta, indica isso. “O laudo comprovou que Fabiana foi vítima de asfixia mecânica. A causa da morte foi encefalopatia anóxica, provocada pela falta de oxigênio no cérebro. Com base nos laudos, nos depoimentos das testemunhas, nas contradições e versões mentirosas de Alexandre – com a ordem cronológica dos fatos diferentes – e como só estavam os dois no quarto, dou por encerrada a investigação. Alexandre Paes será indiciado por homicídio”, enfatizou o delegado.
Entenda o caso
Segundo o próprio empresário Alexandre Paes, a mulher estava tomando banho quando ela teria sofrido uma queda repentina.
O Samu foi acionado e já encontrou a paulista desacordada. No dia 2 de janeiro, no entanto, a fisioculturista morreu na UTI de um hospital particular de Natal.Familiares disseram que ela, enquanto esteve internada na UTI, permaneceu todo o tempo em coma induzido.
Em razão da suposta queda, o corpo de Fabiana foi removido para autópsia no Instituto Técnico-Científico de Polícia do RN. Laudos preliminares revelaram que a vítima havia sofrido asfixia mecânica, com características de estrangulamento.
O caso tornou-se público por meio da própria Polícia Civil, que convocou a imprensa para informar o acontecido. Desde então, o delegado Frank Albuquerque trabalha na investigação da morte da paulista.
Fonte: G1
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