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Coronel admite tortura, assassinato e ocultação de cadáveres em depoimento à Comissão da Verdade

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ocultação de cadáveres de presos políticos na ditadura militar

O coronel reformado Paulo Malhães, de 76 anos, reconheceu, em depoimento à Comissão Nacional da Verdade, ter praticado torturas, homicídios e ocultação de cadáveres de presos políticos na ditadura militar, quando atuava na Casa da Morte.

O centro é mantido pelo Exército no estado do Rio de Janeiro.

Coronel admite tortura, assassinato e ocultação de cadáveres em depoimento à Comissão da Verdade

“A tortura é um meio. Se o senhor quer saber a verdade, o senhor tem que me apertar”, disse o oficial ao ex-ministro José Carlos Dias, integrante do colegiado. Além de defender a tortura como método interrogatório, o militar também descreveu a mutilação de corpos para que não fossem identificados. “Naquela época não existia DNA. Quais são as partes que podem identificar um corpo? Arcada dentária e digitais”, citou. Ao se referir aos presos como “terroristas”, Malhães diz não sentir-se arrependido das mortes. “Essas pessoas eram guerrilheiras. Não eram pessoas normais. Não foram presas porque jogavam bola de gude”, comparou.

O coronel reformado não chegou a apontar os nomes das vítimas que matou para proteger os militares que foram seus colegas. A frieza de Malhães surpreendeu o ex-ministro José Carlos Dias. “Eu não diria que ele foi corajoso. É um exibicionista, um sádico”, criticou. Já sobre a ocultação dos restos mortais do ex-deputado Rubens Paiva, em 1971, o coronel voltou atrás de declarações dadas em entrevistas a jornais e disse ter dado uma versão falsa para tranquilizar a família. Informações da Folha.

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