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Corpo de pastor executado em Santo Antônio de Jesus será enterrado nesta sexta, dia 21
O corpo do pastor evangélico Giovanni Lopes Gagliano, de 49 anos, que foi executado com seis tiros em frente de casa, na Rua da Conceição, no bairro São Benedito, no centro de Santo Antônio de Jesus (a 185 km de Salvador) na manhã de ontem (20) quando se dirigia a uma oficina mecânica, será enterrando na tarde de hoje (21), no cemitério municipal.
O pastor foi ex-vice-prefeito do município de Aurelino Leal, era filiado ao PRB e trabalhava como diretor social de um centro de recuperação de drogados na localidade do Rio da Dona, zona rural de Santo Antônio de Jesus, onde morava com a família há quatro anos.
Segundo informações da mulher do pastor, Arlinda Alves Carvalho Gagliano, vizinhos relataram que o líder evangélico ainda estava dentro do carro por volta das 8h30 da manhã quando foi abordado por um veículo Palio prata, sem placa, de onde os ocupantes fizeram os disparos. “Ele morreu na hora. Desde de manhã cedo esse carro rondava nossa casa. Os vizinhos viram tudo. Só esperaram ele sair”, contou. Nada foi roubado e a possibilidade de execução por motivações políticas não está descartada. A Polícia Civil trabalha com duas hipóteses. De acordo com o delegado titular da Delegacia de Santo Antônio de Jesus, Alex Wendel, várias pistas foram colhidas no carro durante a perícia. “Existem várias testemunhas e trabalhamos com duas linhas de investigação. Não podemos adiantar nada por enquanto para não atrapalhar a investigação”, disse.
Testemunhas, entre eles os vizinhos e moradores da rua onde o crime ocorreu, e que presenciaram o crime, além dos familiares, começaram a ser ouvidos ontem na delegacia. O coordenador da 4ª Coordenadoria Regional da Policia Civil (4a Coorpin), delegado Paulo Guimarães, informou que o pastor foi alvo de outra tentativa de homicídio. “Existe a suspeita de que em Aurelino Leal ele foi vítima de um atentado. Não sabemos ainda se há ligação com o assassinato dele, mas estamos investigando”, ressaltou.
A mulher do pastor, Arlinda Gagliano, contou que recentemente os dois estavam recebendo trotes telefônicos. “Ligavam para nosso celular e não falavam nada. Retornava para o número, mas a ligação não completava. Em 2010 quando a gente morava no bairro da Vila Martins, aqui em Santo Antônio, dois homens o procuraram, mas já tínhamos mudado. Acredito que tenha sido vingança, mas ele era inocente”, disse. No final de 2008, a família resolveu sair de Aurelino Leal após sofrer perseguições.
ENTENDA O CASO
O pastor Giovani Lopes Gagliano foi acusado de ser um dos mandantes do assassinato do prefeito de Aurelino Leal, no sul do Estado, Gilberto Ramos Andrade, em maio de 2007. Com a moret do prefeito, ele assumiu a prefeitura, mas quatro meses depois, por pressão política, foi afastado do cargo. Em 2011, o pastor foi a júri popular e absolvido pela justiça. Ele estava enquadrado na Lei da Ficha Limpa. Gilberto Andrade foi morto com um tiro no peito, num trecho da BR-101. Um dos pistoleiros presos, José Renato Domiciano, assassinado em 2011, confessou ter dirigido o carro e que os motivos eram políticos e financeiros. Ele denunciou o pastor Giovani Gagliano como um dos mandantes do crime, que teve atos de protestos da população de Aurelino Leal. Alguns dos acusados do envolvimento no crime estão presos e outros foram assassinados em circunstâncias misteriosas, segundo a polícia.
Blog do Valente/Cristina Pita/Fotos Léo Sousa
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