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Covid-19: 80% dos internados pela doença não se vacinaram ou não tomaram a segunda dose na Bahia

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A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) divulgou que 80% das pessoas internadas com a Covid-19 no estado não se vacinaram contra a doença, ou não tomaram a segunda dose do imunizante. A situação preocupa principalmente nas regiões sul e extremo sul, onde a imunização é mais lenta.

O técnico da coordenação de imunização da Sesab, Ramon Saavedra, pondera que o avanço mais lento na vacinação nessas regiões pode estar ligado às chuvas que atingiram a Bahia no mês de dezembro. Na época, o governador Rui Costa chegou a falar que várias cidades tiveram perda de 100% das vacinas e medicamentos.

“Estamos com um olhar muito cuidadoso com essas regiões, sul e extremo sul, por conta do desastre natural que aconteceu, e na verdade houve um comprometimento de infraestrutura tecnológica, de comunicação e de energia nesses municípios. O próprio equipamento da sala de vacina, a unidade de saúde, muitas delas ficaram sem acesso, a população não conseguia chegar”, destacou Ramon.

Entre as duas regiões, o quadro de vacinação não atingiu 70% na segunda dose. Com a terceira dose, a imunização não chega a 15%. Veja:

Vacinação na Bahia

Região Segunda dose Dose de reforço
Sul 67,6% 14,7%
Extremo sul 63% 9,7%

A falta do quadro vacinal adequado também tem afetado outras partes da Bahia, incluindo Salvador. No Hospital Espanhol, que é umas das unidades apenas para tratamento da Covid-19, os profissionais da saúde também fazem os alertas.

“São aquelas pessoas que têm alguma dúvida, até mesmo preconceito em relação à vacina. Ou se tomaram um ou duas doses e sentiram reação e não querem tomar novamente. Aí acabam chegando aqui e também tem aquelas que não tomaram nenhum tipo de dose”, pontuou a gerente operacional da unidade, Claudiana Pereira.

Hospital Espanhol, em Salvador — Foto: Pablo Vasconcelos/TV Bahia

No Hospital Espanhol, as taxas de ocupação de leitos chegaram a 80% nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) e enfermarias. A médica infectologista Fabianna Bahia, que trabalha no local, destacou os quadros dos pacientes não vacinados.

“Pacientes que chegam com insuficiência respiratória, pacientes que chegam com comorbidades descompensadas, que fazem um quadro de Covid grave, no mesmo cenário de 2020 e 2021, infelizmente”.

A também infectologista Clarissa Cerqueira observou que essa tendência de gravidade tem sido comum nos pacientes não vacinados, diferentemente dos que tomaram duas ou três doses de vacina.

“A gente observa mais na UTI os pacientes que não tomaram a vacina, que não foram vacinados. Aí a gente vê aquela Covid de alguns meses atrás, que a gente não via há muito tempo. Quem está vacinado, está mais em enfermaria, no máximo com um pouquinho de oxigênio, alguns nem de oxigênio precisam. A gente deixa um pouquinho internado para observar e depois vai para casa”.

Ramon avalia que o caminho agora é buscar estratégias que façam a vacina chegar nas pessoas que ainda precisam completar o esquema de imunização.

“À medida em que as vacinas chegam em solo baiano, elas são imediatamente distribuídas para os 417 municípios, então o que a gente precisa pensar é buscar estratégias alternativas de vacinação, para tentar identificar quem são esses faltosos, as pessoas que não estão buscando a vacina, e tentar chegar a eles, em vez de fazer com que o braço do usuário chegue à vacina, fazer a vacina chegar ao braço do usuário”.

(G1 Bahia)

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