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DE OLHO NO ESPORTE

Dominick Cruz faz história ao vencer TJ Dillashaw em luta emocionante

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Atormentado por lesões diversas, peso-galo vence disputa do cinturão da categoria em decisão dividida e retoma o cinturão que lhe fora tomado, e revela lesão no pé.

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As pernas, que o traíram durante anos, e que durante a luta foram suas aliadas, tremiam após a luta. Talvez pelo esforço, talvez pelos golpes recebidos, ou talvez pela adrenalina após uma luta tão importante para ele. Mas a performance diante de TJ Dillashaw não deixou dúvidas de queDominick Cruz estava de volta, se não na sua melhor forma, na melhor forma possível, que foi suficiente para lhe garantir a retomada do cinturão dos pesos-galois do UFC com uma vitória por decisão dividida diante do então campeão (48-47, 46-49 e 49-46). Após a luta, Cruz revelou que não havia sido testado como nesta luta em toda a sua carreira.

– Obrigado a todos que me apoiaram durante todo esse tempo. Estou aqui por todos vocês. Obviamente, ninguém vai me aposentar. A grande surpresa é que eu ainda tenho o que mostrar para mim mesmo. Já vi caras que se movimentavam rápido no octógono, mas ninguém é mais rápido que eu. Tenho que admitir que TJ me testou em um outro nível. Não existe sensação como essa. Não quero falar sobre eu ter mancado ou não, porque seria estúpido da minha parte. Tenho problemas na minha perna esquerda, e os chutes foram em cima de lesões que já existiam, mas o que me incomodou foi meu pé, que eu havia lesionado nos treinos, e agora está partido ao meio – disse Cruz após a luta.

– Estou muito desapontado. Achei que tivesse vencido e ditado o ritmo da luta. Achei que venci os dois últimos rounds, mas sabia que seria uma luta apertada. Quero enfrentá-lo de novo. Nunca fui um fã dele, mas equero parabenizá-lo pelo retorno. Errei alguns golpes e não consegui dar sequência. Este é um momento muito difícil, mas quero dizer que vocês me verão em breve – disse Dillashaw após o combate.

A luta começou com ambos os lutadores se movimentando freneticamente, e Dillashaw buscou o chute alto. Cruz dominava o centro do octógono e evitava os golpes do campeão com muita leveza nas pernas. Na tentativa de um novo chute alto, Dillashaw teve sua perna travada e foi derrubado pelo desafiante, que não conseguiu manter Dillashaw no chão. De volta à luta em pé, o campeão desferia socos no ar, e se frustrava diante da esquiva de Cruz. O desafiante mantinha seu estilo de movimentação, esquiva, frustração do rival e ataque em velocidade, e Dillashaw parecia não saber como lidar com isso.

Cruz manteve a movimentação no segundo round, desviando-se dos golpes de Dillashaw e acertando golpes precisos que iam somando pontos. O campeão acertou um chute alto sem força no rosto do desafiante, que respondeu com um jab e um cruzado curtos, seguidos de duas derrubadas, que mais uma vez não mantiveram Dillashaw no chão, mas somaram pontos importantes na luta.

Na volta para o terceiro round, Dillashaw conseguiu alguns bons golpes, mas Cruz mantinha-o à distância, executando sua estratégia de luta com perfeição. O campeão passou a apostar nos chutes baixos, buscando minar a movimentação de Cruz, mas o desafiante mais uma vez o derrubou, e tentou sem sucesso aplicar um triângulo de mão. De volta à luta em pé, Cruz já mostrava cansaço e algumas marcas no rosto, mas conseguia conectar mais golpes no campeão, pontuando constantemente na luta.

Dillashaw foi para o quarto round novamente buscando os chutes nas pernas de Cruz, que respondeu com mais uma queda. O campeão também mostrava desgaste, mas mantinha a busca ao desafiante, que mantinha a movimentação. Em um descuido de Cruz, Dillashaw conseguiu derrubá-lo, mas também sem conseguir mantê-lo sob domínio no solo. Alguns bons golpes bem aplicados no último minuto incomodaram Cruz, que mostrou tê-los sentido no intervalo.

O round final trouxe os dois lutadores desgastados, mas muito concentrados um no outro. Dillashaw aplicou um chute baixo de direita e outro na altura da cintura de Cruz, que não conseguiu evitá-los. O campeão apostava nos chutes, mas uma joelhada alta também acertou o alvo. O desafiante aplicava jabs e continuava fintando o campeão, mas seus golpes já não atingiam Dillashaw como antes. A luta se encaminhava para o fim, e os chutes baixos o campeão faziam a diferença no round. Nos segundos finais, os dois lutadores trocaram golpes francos, mas nenhum teve o efeito desejado.

Anthony Pettis perdeu para Rafael dos Anjos em março de 2014. De lá para a noite deste domingo, em Boston, muita coisa mudou para “Showtime”. O jeito falastrão ficou para trás e a humildade virou palavra ordem dentro da equipe. Era preciso resgatar o espírito de campeão, mas ninguém contava que Eddie Alvarez tivesse frequentado a “Escola dos Anjos”. Com o caminho das pedras pavimentado pelo brasileiro, Alvarez anulou totalmente o jogo do ex-campeão e venceu a tão esperada luta com uma vitória por decisão dividida dos juízes (29-28, 28-29, 29-28).

Com apenas duas lutas dentro da organização, o atual quarto colocado da categoria dos pesos-leves entrou em cena e logo mostrou a que veio. No primeiro round, Pettis até deu o “ar da graça”. Começou largando um chute frontal no velho estilo, mas Eddie não esperou. Preciso em desarmar qualquer investida do ex-campeão, Alvarez derrubou Pettis e o manteve um bom tempo no chão. Em pé novamente, os dois ficaram na grade, até Pettis arriscar um chute alto, que Eddie defendeu com tranquilidade. Pettis tentou um chute rodado e, mais uma vez, não surpreendeu o rival.

O segundo round começou quase que no mesmo ritmo do primeiro. Alvarez, logo de cara, conseguiu acertar duas caneladas e manteve o ritmo de movimentação, aprisionando Pettis. Sem chances para criar investidas e se desvencilhar, “Showtime” ficou encurralado na grade por boa parte do round, sob os gritos da equipe – em vão. Os segundos finais do round seguiram sem grande ação, com Alvarez cansado e Pettis sem inspiração.

Os últimos cinco minutos de luta tiveram o ritmo desacelerado. Mesmo sem muito fôlego, Alvarez continuou ditando o jogo, e abusou das quedas para garantir uma vantagem sob o ex-campeão. Em pouco mais de um minuto e meio de luta, ele conseguiu a primeira queda, e pressionou Pettis, que tentou aproveitar a posição para encaixar uma chave de calcanhar, sem sucesso. Mesmo explodindo e escapando do chão, não sobrou tempo para o ex-campeão manter a promessa de um grande retorno.

Confira os resultados das outras lutas do evento:

Travis Browne venceu Matt Mitrione por nocaute técnico aos 4m09s do R3
Francisco Massaranduba venceu Ross Pearson por decisão unânime (30-27, 29-28 e 30-27)
Patrick Côté venceu Ben Saunders por nocaute técnico a 1m14s do R2
Ed Herman venceu Tim Boetsch por nocaute técnico a 1m39s do R2
Chris Wade venceu Mehdi Baghdad por finalização aos 4m30s do R1
Luke Sanders venceu Maximo Blanco por finalização aos 3m38s do R1
Paul Felder venceu Daron Cruickshank por finalização aos 3m56s do R3
Ilir Latifi venceu Sean O’Connell por nocaute aos 30s do R1
Charles Rosa venceu Kyle Bochniak por decisão unânime (29-28, 29-28 e 30-27)
Rob Font venceu Joey Gomez por nocaute técnico aos 4m13s do R2
Francimar Bodão venceu Elvis Mutapcic por decisão unânime (30-27, 29-28 e 30-27)

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