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Escutas mostram que facção paga propina a policiais de SP

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Em uma das gravações, criminoso diz que suborno chega a R$ 15 mil.
Outra mostra como faz para manter PMs longe do ponto de droga.9mai2013---cerca-aparentemente-fragil-protege-acesso-ao-presidio-urso-branco-em-rondonia-a-comissao-de-direitos-humanos-da-ordem-dos-advogados-do-brasil-seccional-de-rondonia-investiga-supostas-1368152305084_1920x1

Novas escutas telefônicas feitas com a autorização da Justiça de São Paulo indicam que a quadrilha que age dentro e fora dos presídios paga propina a policiais. Em uma ligação, dois criminosos falam sobre subornar policiais civis do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) para se livrar do registro de crimes em boletins de ocorrência. Outra revela como eles fazem para manter os policiais militares longe do ponto de venda de drogas, como mostrou o Jornal da Globo nesta segunda-feira (14). 

Mude: Ele assinou o quê?

Mané: Assinou um 180 [crime de receptação]. Entrou lá dentro não tem como, é Deic, mano, [tem que pagar propina] R$ 15 mil só na Deic. Lá é 180. Vai no dia lá, paga uma cesta básica [propina] e já era.

Em outra ligação, um traficante diz como faz para deixar os policiais militares longe do ponto de venda de drogas.

Boy: O cara não entra na loja [ponto de venda] não, irmão, porque as ideia [acerto] que tem aqui é antiga, é com o tenente mesmo direto.

O Ministério Público de São Paulo preparou dois volumes de documentos que serão entregues ao governo do estado nesta terça-feira (15). Um contendo os casos de corrupção envolvendo policiais civis e outro com os casos de policiais militares.

Os dois são resultado da investigação sobre a quadrilha que, de dentro dos presídios, comanda um esquema de tráfico de drogas por todo o Brasil, com ramificações na Bolívia e no Paraguai.

Nesta segunda-feira, o governador de São Paulo anunciou uma força tarefa que vai trabalhar 24 horas por dia para combater o crime.

“Em relação às denúncias de policiais que possam estar envolvidos em corrupção, foi designada uma equipe especial da corregedoria para acompanhar e verificar esses casos”, disse o governador Geraldo Alckmin. (G1)

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