ENSAIOS E ENTRETENIMENTO
‘Eu já passei dos 70 e não estou nem aí, para mim está tudo igual’, diz Ney Matogrosso
No ano em que completou quatro décadas de uma carreira transgressora, imprevisível e bem-sucedida, iniciada com o sucesso do Secos & Molhados, Ney Matogrosso, 72, não quis olhar para trás.
Rechaçou, como vem fazendo há anos, qualquer homenagem a seu ex-grupo e lançou-se à estrada com um repertório dominado por compositores novos, no show “Atento aos Sinais”, que virou CD gravado em estúdio.
Em conversa com a Folha em sua cobertura, no Leblon (zona sul do Rio), Ney falou sobre o álbum recém-lançado e como diversas canções dele (como “Rua da Passagem” e “Incêndios”, as duas primeiras faixas) têm uma temática de protesto social que, de certa forma, anteciparam o clima que se viu nas ruas do país neste ano.
O cantor disse ser favorável aos protestos populares, apesar de não ter se juntado a nenhum deles. Condenou a violência dos black blocs (“Talvez, se fosse só contra os bancos… mas a gente viu que não é”) e mostrou que continua profundamente desanimado com a classe política, a ponto de dizer que deve anular seu voto nas próximas eleições para presidente e governador.
Filho de militar, criado sob regras rígidas, disse ser “transgressor desde que me entendo por gente” e falou sobre os 40 anos de carreira e a relação quase sexual que ainda mantém com a plateia de seus shows. (Folha de São Paulo)
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