AÇÃO POLICIAL
Família que teve casa invadida após morte de PM se preparava para comemorar aniversário de crianças: ‘Fez minha filha refém’
A mulher que teve a casa invadida pelo suspeito de balear e matar o tenente Mateus Grec, da Polícia Militar, em Salvador, relata o pânico que tem vivido. O caso aconteceu na noite de domingo (12), no bairro de Cosme de Farias, enquanto a família ia começar a comemorar o aniversário de duas crianças.
O tenente foi socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas não resistiu aos ferimentos. O corpo dele será enterrado na tarde desta segunda-feira (13), no Cemitério Bosque da Paz. Segundo a PM, ele estava junto com outros policiais, quando a viatura da equipe foi cerca por 20 homens.
Depois de dispararem contra os militares, os suspeitos dispersaram. Um deles, identificado como Gilmário Moreira Júnior, entrou na casa de Ivonete Santos, que estava com o marido, a filha e os dois netos.
“Ele invadiu a casa, pulou a janela e pegou minha filha de refém. Foi na hora que os homens [policiais] chegaram e eu tive que descer, para abrir o portão. Eu fiquei tão nervosa, que nem consegui abrir. Aí eles [PMs] arrombaram e mandaram a gente descer”, contou a dona de casa.
“Eu desci e eles ficaram negociando com ele [suspeito], para liberar os reféns, que estavam meus dois netos – o pequenininho e o mais velho – e minha filha. Aí eles foram aos pouquinhos negociando e ele [suspeito] foi liberando. Só ficou meu marido e minha filha”, disse Ivonete.
A negociação levou cerca de duas horas, até que todos fosse liberados. Depois que a família já estava em segurança, eles foram para uma delegacia registrar o caso. Após o registro da ocorrência, uma nova preocupação surgiu para Ivonete.
Áudios com informações falsas estão circulando em grupos de mensagem, afirmando que a filha dele é companheira de suspeito de tráfico. Além do trauma de ter a casa invadida por um homem armado e ver a filha ser feita refém, Ivonete teme pela segurança dela.
“Eu estou em pânico, porque eu temo pela vida de minha filha e de meus netos, porque a gente está em área de risco. Já tem um áudio rolando por aí, dizendo que minha filha era mulher dele [suspeito]. Acharam que minha filha é a mulher do traficante e não tem nada a ver”.
“Minha filha não é traficante é trabalhadora. Eu tenho problema de pressão, tenho problema do coração. Estou até agora [meio dia] sem dormir, porque a gente chegou da delegacia às 4h e estou aqui já em pânico”.
O policiamento no bairro foi reforçado e duas bases móveis da PM foram levadas para a região. O comércio funciona normalmente, assim como a circulação de ônibus também está regular no local.
G1-BA