SUL DA BAHIA
FIDA e BID avaliam e conhecem experiências de turismo imersivo em Itacaré
Itacaré recebeu, nesta quarta-feira (24), missão do Banco Interamericano (BID) e do Fundo Interamericano de Desenvolvimento (Fida) para avaliar experiências de agricultores e agricultoras familiares e conhecer o projeto de turismo de base comunitária (TBC). Os técnicos foram recebidos por secretários municipais e técnicos do Projeto Parceiros da Mata, tocado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), do governo baiano.
Com recursos do Fida, o Parceiros da Mata busca promover desenvolvimento rural sustentável para cerca de 100 mil famílias do campo nos territórios Litoral Sul – onde está localizado Itacaré -, Baixo Sul e Vale do Jiquiriçá. O investimento deve atingir R$ 750 milhões em período de cinco anos, segundo a Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR).
Num dos principais destinos turísticos do sul da Bahia, a missão conheceu foi a Taboquinhas. O encontro, do qual participaram representantes das secretarias municipais de Turismo e Agricultura, além do Mecenas da Vida e do Sebrae, Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), ocorreu na Fazenda Taboquinhas, dos agricultores familiares Laura e Osvaldo de Brito.
TURISMO IMERSIVO
Secretário de Turismo de Itacaré, Marcos Souza “Japu” diz que o Parceiros da Mata é ponto para desenvolver e consolidar o Turismo de Base Comunitária (TBC) em Itacaré, que começou a ser implantado em Pancada Grande. “Para nós, é um importante momento [a visita técnica da missão], desenvolver turismo imersivo em Itacaré, que é um destino completo”, assinala durante entrevista ao PIMENTA.
O secretário define o turismo de base comunitária como experiência rica para todo o trade e – principalmente – para o turista. “Precisamos fazer turismo de imersão, de saberes e fazeres, de apreciar, de saborear uma comida tradicional, comida quilombola, de pescadores e marisqueira e de conhecer nossas riquezas naturais, história. Depois de dar meio mundo por visto, muitos turistas estão em busca de experiências nas quais a vida da região vale mais do que a selfie em algum cartão-postal”, complementa.
O titular da Pasta do Turismo também aponta a rica imersão propiciada pelo TBC como a possibilidade do contato dos visitantes com as comunidades, explorar as riquezas naturais, seja tomando um banho de cachoeira ou no Rio de Contas. “Ou percorrer trilhas, conhecer a lavoura do cacau”, acrescenta.
“Quantas pessoas conhecem a dinâmica e a própria lavoura do cacau?”, questiona ao mesmo tempo em que já aponta um dos atrativos para o sul da Bahia. “Itacaré, Taboquinhas e zona rural, envolvendo todas as comunidades quilombolas, tem muito a oferecer, estamos em um lugar maravilhoso, um paraíso”.
INVESTIMENTOS E CONEXÃO COM A CULTURA LOCAL
O permacultor Osvaldo de Brito, da Fazenda Taboquinhas, foi o anfitrião do dia. Ele se mostra entusiasmado com a possibilidade de mais investimentos com o projeto da CAR/SDR e Fida e o fortalecimento do turismo de base comunitária. “Hoje meio que estamos realizando um sonho, um espaço de permacultura, onde as pessoas convivam, aprendam, entendam que é possível produzir sem destruir”, diz.
Seu Osvaldo produz não apenas cacau na Fazenda Taboquinhas. Há a produção de chocolate, geleia, por exemplo. Os olhos brilham diante da possibilidade de compartilhar conhecimento, experiências e fortalecer o turismo. “Hoje, estamos unindo agricultura, meio ambiente, as organizações internacionais, governo do estado, com a CAR… E acho que tem que ser assim, conectados”.
Para Osvaldo, não há como dissociar meio ambiente de agricultura e turismo. “As coisas têm que andar juntas, que as pessoas entendam que pode ter turismo sem degradar, sem causar impacto [negativo]. E é isso que estamos fazendo hoje. Todos juntos para fazermos esse momento rico”.