Ibirapitanga: MP pede interdição de delegacia após invasão e morte de dois presos

O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) solicitou a interdição da carceragem da Delegacia de Ibirapitanga, no sul do estado, após um grupo ter invadido o local e matado dois presos, na última quinta-feira (16).

O pedido foi feito pelo promotor de Justiça Marco Aurélio Amado, no domingo (19), mas a informação só foi divulgada pelo MP-BA na segunda-feira (20). A promotoria alega que a estrutura física da carceragem está comprometida e não oferece condições de salubridade e segurança. O pedido foi encaminhado ao juiz de execução penal da comarca.

O G1 tentou entrar em contato com a delegacia nesta terça-feira, mas os telefonemas não foram atendidos. De acordo com a comarca da Justiça na cidade, o juiz de execução penal Antonio Carlos Rodrigues de Moraes não havia apreciado o pedido do MP-BA até a manhã desta terça-feira (21).

A mesma delegacia de Ibirapitanga já havia sido invadida em fevereiro, quando um detento foi morto.

Invasão
Um grupo de três homens armados invadiu o complexo policial de Ibirapitanga, cidade na região sul da Bahia, matou dois presos e baleou um terceiro, durante a madrugada do dia 16 de março.

O coordenador da Polícia de Ilhéuss, Evy Paternostro, diz que o carcereiro que estava escalado para trabalhar na unidade no momento da invasão não foi trabalhar porque estava com medo. “O carcereiro desse turno não veio, alegando que estava com receio de acontecer algo, inclusive dos próprios presos que teriam dias antes tentado agarrá-lo para pegar chaves”, afirmou.

O preso baleado foi socorrido para o Hospital de Base, em Itabuna, a cerca de 90 quilômetros de Ibirapitanga. O estado de saúde do paciente não foi divulgado.

Dois homens que estavam presos no complexo policial aproveitaram o crime para fugir. Um deles foi recapturado, mas o outro continua foragido até a noite desta quinta.

O grupo que invadiu o local também fugiu. A Polícia Militar realiza rondas pela região, mas ninguém foi preso. A autoria e motivação do caso serão investigadas pela Polícia Civil. (G1)