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Pastor ergueu patrimônio de R$ 6 mi lavando dinheiro para o PCC com igreja

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Encontrado em um condomínio de luxo em Sorocaba, no interior paulista, há pouco mais de um ano, Geraldo dos Santos Filho, de 48 anos, o pastor Júnior, ergueu um patrimônio avaliado em pelo menos R$ 6 milhões operando um esquema de lavagem dinheiro para o Primeiro Comando da Capital (PCC) por meio de igrejas evangélicas, segundo denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN).

Geraldo, que está preso desde então, é irmão de Valdeci Alves dos Santos, o Colorido, considerado um importante líder da facção criminosa nas ruas até ser detido em uma blitz da Polícia Rodoviária Federal (PRF), no sertão pernambucano, em abril de 2022. Como mostrou o Metrópoles, Valdeci foi jurado de morte por Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, em meio ao racha histórico na cúpula do PCC. Ambos seguem encarcerados no sistema penitenciário federal.

Naturais da pequena cidade potiguar de Jardim de Piranhas, Geraldo e Valdeci migraram para São Paulo no início da vida adulta, onde foram batizados na maior facção criminosa do país e enriqueceram ilegalmente. Os dois, porém, seguiram rumos diferentes no mundo do crime, segundo afirma o promotor Augusto Lima, do MPRN.

“O Valdeci [Colorido] ascendeu na hierarquia da facção e o Geraldo [pastor] acabou enveredando para o ramo das igrejas evangélicas, sem ocupar nenhum posto de liderança na organização criminosa.”

Geraldo adquiriu, segundo levantamento do MPRN, cinco igrejas no Rio Grande do Norte e duas em São Paulo, por meio das quais lavou dinheiro do PCC oriundo do tráfico de drogas.

MOVIMENTAÇÃO MILIONÁRIA

Segundo o MPRN, o uso do CPF de Geraldo em transações só foi identificado em 2021, pouco mais de um mês após ele começar a cumprir prisão domiciliar. Com o documento, ele abriu uma conta corrente para GJS, cujo CNPJ também estava em nome do pastor. Em cinco meses, o criminoso movimentou em suas contas, como pessoa física e jurídica, pouco mais de R$ 2,2 milhões.

Como apontado na denúncia da Promotoria do Rio Grande do Norte, somente na conta de um laranja do esquema, foi identificada a movimentação de R$ 23 milhões em um período de nove anos. Segundo o MPRN, Geraldo era “o principal intermediário de comunicação entre Valdeci e os demais acusados, no que diz respeito à movimentação dos montantes ilegais”.

Geraldo, a esposa dele, Valdeci e outros dois irmãos deles foram denunciados por associação criminosa, associação ao tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, entre 2008 e 2023, com atuação no Rio Grande do Norte, Ceará, São Paulo e no Distrito Federal.

A Operação Plata, na qual constatou-se a compra de igrejas evangélicas para a lavagem de dinheiro, foi deflagrada no âmbito da Operação Sharks, do MPSP, em que Colorido e outros chefões do PCC são alvo de investigação por enriquecimento ilícito e tráfico internacional de drogas. (As informações são do portal Metrópoles)

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