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Professor é demitido após fala sobre estupro em aula: ‘Relaxe e aproveite’
Um professor universitário foi demitido de duas faculdades no interior do Paraná depois de fazer um comentário considerado pelos alunos como apologia ao estupro. A declaração do docente aconteceu em 12 de março, mas veio à tona na sexta-feira (19) nas redes sociais após estudantes não se conformarem com o pedido de desculpas na aula seguinte ao fato.
É algo, meu amigo, que você tem que se adaptar. Desculpe, meninas, eu sei que é chulo o que eu vou dizer, mas é aquele ditado: se o estupro é inevitável e iminente, relaxe e aproveite”, declarou o professor, identificado como Ricardo Germano Efing.
A afirmação ocorreu durante a aula remota de ergonomia do quinto semestre do curso de Engenharia de Produção, do Centro Universitário do Vale do Iguaçú (Uniguaçu), de União da Vitória, a 242 quilômetros de Curitiba.
Uma aluna que assistiu à aula, mas que preferiu não se identificar, contou ao UOL que o professor disse as frases durante uma tentativa de analogia sobre novas adaptações no mercado de trabalho. “Um colega perguntou o motivo de os idosos não conseguirem se adaptar às novas tecnologias. O professor respondeu que, quando você é chefe ou dono de uma empresa e precisa demitir, não há escolha e deve mandar embora. Nisso, ele usou essa infeliz frase para dizer que o funcionário não tinha o que fazer e sim apenas aceitar, utilizando essa analogia”, explicou a estudante. A aluna comentou que a turma não se convenceu com os pedidos de desculpas do professor na aula seguinte, em 19 de março.
Ele acrescenta ainda que “será buscado o necessário aprendizado com essa situação”. “Não se pode deixar de reconhecer o machismo estrutural presente em nossa sociedade que, infelizmente, reproduz comportamentos os quais devem ser devidamente enfrentados de modo construtivo, para que todos possam aprender e progredir para uma sociedade mais respeitosa e igualitária. Reconhece-se este erro e será buscado o necessário aprendizado com essa situação”, afirmou. O professor finaliza pedindo desculpas e frisando que a sua trajetória acadêmica não poderia ter menos destaque que a declaração. “Feita esta reflexão, entende-se que a trajetória acadêmica e a carreira no magistério não podem ser avaliadas por uma expressão isolada. Expresso desde logo meu pleno respeito a todas as mulheres, jamais pretendendo ofendê-las ou agredi-las. Externo minhas mais sinceras desculpas”, concluiu.
Universidades demitem docente
A Uniguaçu publicou nota nas redes sociais afirmando que “assim que tomado conhecimento, celeremente reportou-se primeiramente à turma com pedido de escusas, e logo a seguir deliberou pela tomada de medidas administrativas para imediato desligamento do professor da instituição de ensino”. Efing estava na instituição desde 2013, segundo diz em seu currículo Lattes. O Centro Universitário Campo Real, de Guarapuava, onde Efing também lecionava, tomou a mesma medida. “[A faculdade] reitera ainda que preza pelo respeito à mulher e não tolera condutas de desconsideração a qualquer de seus direitos em seus ambientes de ensino”, garantiu, em nota. (Fonte: uol)
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