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DICAS E CONCURSOS

Recém-criado, curso de arquitetura no IFSP é o mais concorrido do Sisu

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Aprovados venceram concorrência de 312,55 candidatos por vaga.
Matrícula começa nesta sexta-feira, e as aulas no dia 5 de fevereiro.1-foto1

A graduação mais concorrida da edição do primeiro semestre de 2014 do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) é também um curso inédito entre as instituições federais do Estado de São Paulo. A primeira turma de arquitetura e urbanismo do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) vai começar seus estudos no dia 5 de fevereiro no campus da Capital, no bairro do Canindé, na Zona Norte de São Paulo. Todas as 40 vagas na primeira turma foram oferecidas pelo Sisu, e cada uma delas foi disputada por 312,55 candidatos, segundo divulgou o Ministério da Educação na segunda-feira (13).

A matrícula dos aprovados começou nesta sexta-feira (17) e poderá ser feita ainda nesta segunda (20) e terça-feira (21).

De acordo com os dados do MEC, a lista de cursos com maior concorrência incluem apenas os que tiveram 100% das vagas oferecidas pelo Sisu –cada instituição define como vai oferecer suas vagas.

Para a professora Claudia Lavieri Lapetina, coordenadora do curso, a notícia da alta concorrência deixou a equipe da área de construção civil da instituição –que já tem cerca de 30 docentes– ainda mais ansiosa. “Ficamos muito felizes”, disse ela ao G1. “Estamos tratando de escola pública. Não existe nenhum curso gratuito [de arquitetura] de instituição federal pública no estado de São Paulo.”

A abertura do curso no IF é um “sonho” que Claudia diz nutrir há cerca de quatro anos, depois que a instituição, que já tinha há anos o curso técnico de edificações, conseguiu iniciar o curso de graduação em engenharia civil.

O processo de aprovação do curso pelo Ministério da Educação, segundo ela, é “mais complicado que uma banca de doutorado”. Com o apoio do reitor e do diretor do departamento, ela disse que acabou conseguindo obter a permissão para oferecer as vagas.

Além de laboratórios já existentes no departamento, novas instalações específicas para os alunos de arquitetura foram criadas. Elas incluem laboratórios de maquete e de conforto ambiental. “Há uma série de laboratórios voltados para a construção civil, é uma verticalização que estamos ganhando. Estava tudo meio preparado”, explicou a professora. Segundo ela, algumas obras ainda estão em andamento, assim como o processo de contratação de alguns professores. Porém, segundo ela, tudo necessário para o início do primeiro semestre do curso está pronto.

Primeira opção
Guilherme Cardoso Cajaiba, de 18 anos, descobriu na segunda-feira de manhã que havia conseguido passar na primeira turma de arquitetura do IF, sua primeira opção de curso de graduação. “Ficava no celular tentando atualizar de madrugada”, lembra. Pelo Sisu, sua segunda opção era o mesmo curso, oferecido pela Universidade Federal Tecnológica do Paraná (UFTPR).

Entre as estaduais, o morador de Taboão da Serra, na Grande São Paulo, tentou a Fuvest e os vestibulares da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Estadual Paulista (Unesp). Só passou para a segunda fase nessa última. “Não passei na Fuvest por um ponto”, contou. Se passar na Unesp, ainda assim ele pretende estudar no IF para não ter que se mudar para Bauru, onde fica o curso de arquitetura da instituição paulista.

Essa é a segunda fez que Guilherme é aprovado no Sisu, e a quarta vez que ele se inscreveu no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). No ano passado, ele passou em arquitetura na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), mas preferiu fazer mais um ano de cursinho para tentar uma vaga mais perto de casa. Em 2013, ele acordava às 7h para estudar em casa, ia para as aulas do Cursinho da Poli às tardes e fazia revisão antes de dormir. “Estudei o ano todo”, diz o jovem, que até a próxima terça-feira (21) pretende garantir sua matrícula no IF.

O nome da estudante Tatiana Kuchar, de 19 anos, também era um dos 40 na lista de aprovados da primeira chamada do curso no Sisu. “Fiquei muito feliz. No Sisu foi a primeira opção. Na verdade estou esperando a Fuvest, mas é a minha segunda opção”, explicou a jovem, que também fez cursinho à tarde, no Etapa, mas dedicou as manhãs e noites também à preparação para as provas.

Tatiana diz que concorreu a uma das três vagas reservadas para alunos de escola pública –ela fez o ensino médio na Etec Getúlio Vargas, onde também fez o curso técnico em edificações, já pensando na futura carreira.

Ela diz que decidiu escolher essa profissão em parte por influência de uma tia arquiteta. “Fiz o Enem só por isso”, explicou a jovem, que descobriu sobre o novo curso do instituto por meio de um professor do cursinho –ela também frequentou aulas preparatórias para as provas de habilidades específicas de arquitetura.

Tatiana não teme a credibilidade do curso por ser da primeira turma. “[O instituto] tem uma boa fama entre os cursos que já tem”, explicou ela. Já Guilherme confessa ter ficado um pouco ansioso por não ter ex-alunos ou veteranos com quem conversar. “Ainda não sei como vai ser, mas parece ser um bom curso.”

Diversas linhas de pesquisa
Segundo a professora Claudia, apesar de o IF de São Paulo não ter a denominação de universidade, ele já oferece diversos cursos de graduação e de pós-graduação. O de arquitetura é igual ao de qualquer outra instituição de ensino superior. De acordo com o site oficial, o IF foi fundado em 1909 como a Escola de Aprendizes Artífices. Em 2008, o MEC conferiu à instituição o status de instituto, que é equivalente ao de uma universidade, inclusive em termos de autonomia.

“O foco inicial do IF era bem técnico, voltado para a indústria. O curso de edificações inicial é técnico e bem antigo. Com essa ampliação, estamos com mais de 30 campi, foram entrando novos professores, entraram mais doutores, e houve a possibilidade de oferecer também cursos de graduação”, explicou Cláudia.

A coordenadora também afirma que os professores de arquitetura contratados para dar aulas no curso são formados por diversas universidades, como a Unicamp, a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Presbiteriana Mackenzie. “Acho isso muito interessante, não vai ter foco único, penso em todas as linhas de pesquisa que vamos poder desenvolver.” (G1)

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