Itabunenses viveram momentos de terror diante da “guerra” declarada por bandidos no último domingo (14), em vários bairros da cidade. Esfaqueados e baleados, mortos e sobreviventes, famílias destruídas em mais um episódio ditado pela violência.
O município atingiu a triste marca dos 144 homicídios, num dia em que cinco pessoas foram assassinadas. Entre as vítimas, dois menores: Matheus Figueiredo de Souza, de 15 anos, e Felipe Menezes Soares, de 17, mortos nos bairros Zizo e Califórnia, respectivamente.
No caso de Matheus, ele teria passagens pela polícia e estaria, inclusive, se escondendo na casa de uma tia, quando foi executado no meio da rua, há cerca de 20 metros da residência. Já Felipe chegou a ser socorrido com vida, mas não resistiu aos ferimentos, morrendo na manhã desta segunda-feira (15), no hospital de Base Luís Eduardo Magalhães, para onde foram levadas mais três vítimas.
A comerciante Ednaildes Carvalho de Souza ou “Dinha do Bar”, como é mais conhecida, por exemplo, já recebeu alta do Hospital de Base. A mulher de 26 anos acabou sendo atingida por uma bala perdida, durante o tiroteio que matou o adolescente Felipe, no Califórnia. Dinha foi alvejada com um tiro de raspão na cabeça.
Os autores desse crime estariam em veículo Agile prata, segundo afirmaram testemunhas. No homicídio de Matheus, os assassinos teriam sido vistos em uma moto. Tudo está sendo checado pela polícia.
Filme de terror
Ainda no domingo, barulho de tiros foi ouvido na Favela do Congo, no Centro Comercial. Um corpo ficou estendido no chão. Foi o de um jovem conhecido apenas como Willis. Até o fechamento dessa matéria, a vítima permanecia sem identificação no Departamento de Polícia Técnica.
Mais um tiroteio foi registrado no Parque Verde. Lá, o alvo foi Antônio Conceição de Santana, de 41 anos, baleado com 8 tiros. O homem foi socorrido em estado grave e morreu pouco tempo no hospital de Base.
E para encerrar esse capítulo lamentável desse filme real de terror, a cena de uma mulher gritando, desesperada. Elaine Santos apresentava um ferimento de faca em um dos braços. Os gritos, entretanto, não eram apenas pela dor física e sim por ter presenciado o marido, Edil Moraes Marques, de 34 anos, sendo apunhalado cruelmente mais de 10 vezes. O fato aconteceu na rua Paulo VI, no bairro de Fátima, onde a vítima bebia no passeio de casa. Edil morreu no Base.
A polícia Civil investiga essa série de assassinatos, que virou manchete das TVs, blogs e rádios nesta segunda-feira. Uma coisa é dada quase como certa: a maioria das mortes tem ligação com o tráfico de drogas. No mais, ficam na história as lágrimas amargas de pais, esposas e filhos que choram nesse momento a perca brusca dos seus entes queridos. (Verdinho/Itabuna)
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