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Três países-sede, 48 seleções e calor humano: como será a Copa 2026
Uma vez que o sonho do hexacampeonato foi adiado em mais quatro anos, apaixonados pela seleção brasileira se perguntam como será a Copa 2026. O Mundial com sede tripla será disputado no Canadá, nos Estados Unidos e no México, de novo entre os meses de junho e julho.
O Catar 2022 ficou nas enciclopédias das Copas com a imagem de ótima organização, infraestrutura impecável, mas um Mundial ainda um tanto fabricado, como quase tudo no país de extrema riqueza, e de torcedores de países mais pobres da Ásia que queriam ver Neymar, Kylian Mbappé e Lionel Messi, esse último campeão mundial, a estádios de sete jogos.
Além das mudanças prometidas pela própria Fifa, uma maior cultura futebolística existente já auxilia em uma paixão maior por futebol, de maior calor humano nas ruas, sem as restrições do islamismo, por exemplo. A cerveja alcoólica, umas das fontes de renda da entidade máxima do futebol, estará de volta.
Depois de 22 edições, a Copa do Mundo vem buscando novidades para atrair público, patrocinadores e, claro, ainda mais dinheiro em seu orçamento de 7,5 bilhões de dólares (quase R$ 40 bilhões) para o próximo ciclo. Pela primeira vez, as sedes serão repartidas em três países, superando a Coreia do Sul e o Japão de 2002. Naquela oportunidade, a seleção brasileira ficou com o pentacampeonato.
Vancouver e Toronto (Canadá), Los Angeles, Nova York, Boston, Dallas, Kansas, Miami, Houston, Atlanta, Filadélfia, Seattle, São Francisco (Estados Unidos), Cidade do México, Monterrey e Guadalajara (México) foram os locais escolhidos para as partidas. O calendário ainda será dividido oficialmente, mas sabe-se que a tendência é que comece em 7 de junho e termine em 12 de julho.
Em seu plano de expansão do futebol, como se já não fosse suficientemente grande ao redor do planeta, Gianni Infantino, presidente da Fifa, aumentou em 16 países os classificados para a Copa do Mundo. Além de problema técnico, haveria uma questão de ética do esporte, já que inicialmente estavam previstos 16 grupos com três equipes — agora, existe a possiblidade de serem 12 chaves com quatro seleções.
“Tenho que dizer que, depois do sucesso desta Copa do Mundo, a tensão que foi ver times brigando pela vaga até o último minuto, acho que temos que rever — não rever, mas rediscutir — o formato. Isso é uma coisa que ficará para a próxima reunião do conselho”, disse Infantino.
As altas temperaturas que sobravam nas ruas do Catar faltaram nos estádios. Não necessariamente pelos gelados ar-condicionados, mas pela falta de cultura de arquibancada propriamente dita. As viagens para o Oriente Médio ainda são muito caras para o Ocidente, principalmente, para a América do Sul, e isso impediu o torcedor mais entusiasmado de comparecer, por mais que o comitê organizador comemorasse o resultado após 29 dias.
“Agora as pessoas sabem quem são os cataris e os árabes, e isso será muito bom para o futuro do nosso país. Conseguimos um alto nível de excelência na organização, futebol magnífico e com estádios modernos, boa estrutura e uma excelente amostra do mundo árabe”, disse Hassan Al Thawadi, secretário-geral do comitê.
Somadas a isso, as restrições no Catar ainda são imensas. Direitos civis comuns em boa parte do mundo ainda não são uma conquista nessa região. Como se não bastasse, o evento ainda se mostrou um tanto masculinizado, sem que as mulheres tivessem efetiva participação, assim como no restante das decisões do país dominado por uma monarquia absolutista.
Os estádios nos três países já estão todos prontos, por mais que possa haver uma reforma ou outra e adequação ao tão falado “padrão Fifa”. A malha de transportes também está pronta, assim como a rede hoteleira. No fundo, é como se Copa do Mundo de 2026 pudesse começar já em janeiro.
R7