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ENSAIOS E ENTRETENIMENTO

Autores baianos convidados da Flica indicam livros de preferência

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Entre as obras prediletas está “Os Irmãos Karamazov”, de Dostoiévski.
Festa Literária Internacional de Cachoeira acontece de 23 a 27 de outubro.tom_correia

Qual livro não pode faltar na sua estante? Essa foi a pergunta feita aos autores baianos convidados para participar da Festa Literária Internacional de Cachoeira, que começa nesta quarta-feira (23) e vai até o domingo (27), na cidade de Cachoeira, no Recôncavo Baiano. Entre as escolhas estão as obras “Os Irmãos Karamazov”, romance de Fiódor Dostoiévski, e “A Montanha Mágica”, de Thomas Mann. Em resposta ao G1, seis escritores que fazem parte da programação principal das mesas de debate da Flica, falam sobre preferências como leitores e explicam o motivo dessas escolhas.

Tom Correia – Qualquer um de Bukowski. Por trás de toda aspereza em suas palavras, Bukowski traz em si uma espécie de lirismo sarcástico diante de um mundo mesquinho. Seus personagens bêbados, desempregados, paupérrimos e sem perspectiva de uma vida digna, desfilam sempre à margem de uma sociedade tacanha e opressora, o que permite um paralelo com o nosso contexto. Os contos e romances de Bukowski sempre me levam à reflexão sobre a condição do escritor que, apesar de não ter recursos materiais, continua sua tarefa da maneira que é possível.

Állex Leilla – Há muitos livros que não podem faltar! Os livros de André Gide, sobretudo “Os Moedeiros Falsos” e “Se o Grão não Morre”, os contos de Julio Cortázar, “Os Dragões não Conhecem o Paraíso”, de Caio Fernando Abreu, o romance “A 25ª Hora”, de Virgil Gheorgiu, toda a poesia de Camões e Cecília Meireles, e boa parte da poesia de Hilda Hilst, Fernando Pessoa e Drummond. Sou uma prosadora que adora ler poesia. Mas o livro dos livros que me mataria do coração não tê-lo ao alcance é “A Montanha Mágica”, de Thomas Mann. Porque é uma enciclopédia cultural e estética do século XX, é um livro chave para se entender todas as inquietações que povoavam o mundo antes e entre as duas grandes guerras que mudaram completamente a face do século. O desajuste de Hans Castorp, personagem do livro, é o desajuste dos homens e mulheres modernos e contemporâneos: a busca de sentido, o não-saber aonde ir, onde estar, por que e quando lutar, o que sentir, para quem falar o que se sente, enfim, é uma metáfora da nossa condição/perdição no mundo e é super atual!
Ana Teresa Baptista – Não é um livro, são os livros. A coleção de Érico Veríssimo, que é meu autor predileto, “O Tempo e o Vento”. Uma grande história, que virou um filme pouco visto pelos brasileiros. É difícil se resumir num parágrafo a excelente história de “O Tempo e o Vento”, mas eu diria que um autor como Érico Veríssimo conseguiu transpor de maneira ficcional a história da sua terra e a história de uma família em páginas muito bem escritas.
Elieser Cesar – Os Irmãos Karamazov, romance de Fiódor Dostoiévski. Porque eu acho que é um livro que faz uma síntese, que trabalha com uma espécie de dialética. O Ivan é o lado racional e o Dimitri é o instinto, ele consegue trabalhar com sentimentos primários. É um painel. É um livro que pode ser uma história de detetive, acima de tudo, é um grande mergulho psicológico da alma humana. Dostoiévski é um grande escafandrista da alma humana.
Gláucia Lemos – O livro que não pode faltar na minha estante é “Os Irmãos Karamazov”, de Fiódor Dostoiévski. Por ser Dostoiévski mais que um escritor, um grande conhecedor da alma humana, nesta obra reunindo quatro personalidades perfeitamente delineadas e absolutamente distintas, o que a torna a representante máxima da literatura universal.
Karina Rabinovitz – O livro que ainda não li.Porque cada livro é um mistério particular e íntimo e talvez eu não saiba explicar esta intimidade entre eu e meus livros de predileção. Até porque não há um livro, são muitos. (G1)

 

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