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Dilma afirma a empresários nos EUA que Brasil respeita contratos

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Presidente participou do encerramento de seminário empresarial em NY.
Em discurso, ela disse que país oferece oportunidades de investimento.

A presidente Dilma Rousseff fala a investidores durante seminário empresarial em Nova York (Foto: Reuters)

A presidente Dilma Rousseff fala a investidores durante seminário empresarial em Nova York (Foto: Reuters)

A presidente Dilma Rousseff disse em discurso a empresários nesta quarta-feira (25), em Nova York, que o Brasil tem uma “demanda reprimida”, que o desenvolvimento do país  depende de uma “ação combinada do setor privado e do governo” e que no país há “respeito às instituições e aos contratos”.

Ela participou de um seminário empresarial “Oportunidades em Infraestrutura no Brasil”, promovido pelo banco Goldman Sachs, destinado a apresentar o país a investidores estrangeiros. Um dia antes, fez odiscurso de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas.

“Não interessa quem fez o contrato. Você pode não gostar de quem fez e discordar do contrato, mas ele é cumprido. Acho que isso começou no governo anterior ao do presidente Lula, mas o presidente Lula respeitou isso (…) e eu quero dizer a vocês que respeito isso. Isso é uma distinção do Brasil em relação ao resto do mundo. Não tergiversamos sobre contratos”, declarou. Mais cedo, no mesmo seminário, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o Brasil “tem tradição” de cumprir contratos.

A presidente relacionou dados para demonstrar aos empresários na plateia as “perspectivas estruturais” do Brasil. Disse que, em dez anos, o Produto Interno Bruto (PIB) aumentou 40%,  foram criados 20 milhões de empregos, a massa salarial se expandiu em 75% e o investimento cresceu a uma taxa média de 6,7% ao ano.

Segundo ela, o Brasil tem “uma base macroeconômica estável” e consolidou um mercado de classe média de mais de 100 milhões de consumidores, fatores favoráveis ao investimento privado.

Apesar desses números, Dilma ressalvou que a geração de empregos “vai tender a dar uma estacionada porque chegamos a níveis de desemprego muito baixos”, disse que o país tem “gargalos” na infraestrutura e que é necessário modificar “uma série de rotinas” que resultam numa “burocracia muito empedernida”.

‎‎”Nosso país ingressou na década passada num ciclo de aceleração do seu desenvolvimento econômico e social e agora é necessário perceber que nosso desafio é diferente. O Brasil tem muitos gargalos e eles não se dão só na infraestrutura. Quero deixar registrado que esse processo em que estamos exige novos marcos regulatórios, como foi o caso dos portos. exige tambem modificações nas formas pelas quais atividade pública no Brasil é exercida, e isso significa mudar uma série de rotinas que levam a uma burocracia muito empedernida”, declarou.

Rigor fiscal
Diante de dezenas de grandes investidores estrangeiros, Dilma deu grande ênfase ao compromisso do Brasil com o controle fiscal. Segundo ela, as despesas do país estão “sob controle”.

“Por que queremos rigor fiscal? Somos um país que atravessamos tudo [crises internacionais] mantendo variáveis de uma forma muito estável. As despesas correntes do Brasil, do governo, estão sob estrito controle. [Esse controle] está expresso na diminuição da dívida líquida e no fato de que estão sendo reduzidas despesas que historicamente eram sistematicamente

“Não queremos perder espaço como perdemos na ferrovia. Não queremos perder o avião da história ou talvez o foguete. Queremos que esse programa de infraestrutura seja um sucesso. E como será um sucesso? Se trouxer benefícios para os empresários e para quem usar os serviços.”

Segundo ela, a demanda reprimida decorrente do crescimento do mercado interno gerou “um potencial imenso” de consumo no país.

“Nos últimos dez anos, assistimos à construção desse mercado interno no Brasil. Temos a consciência de como é pujante e como essa demanda reprimida no Brasil criou um potencial de consumo imenso. Não é que temos um modelo de consumo. Qualquer país tem que ter um modelo equilibrasdo de consumo e investimento. Mas, no Brasil, o consumo é reprimido. As pessoas percebem que existem melhores condições de vida. Os desejos mudam, as demandas mudam. Sem entender isso, nao se entendem as dinâmicas do meu pais”, afirmou.

Ela também relatou aos empresários as ações do governo na área social para promover a “inclusão”, como o programa Bolsa Família e, a exemplo do que falou no discurso na ONU, disse que o governo respeitou e não reprimiu as manifestações de rua que tiveram o ápice em junho em centenas de cidades.

Executivos elogiam
Após o discurso de Dilma, executivos do banco Goldman Sachs afirmaram que as garantias dadas pela presidente de respeito a contratos e lucratividade animaram os investidores.

“Ela destacou que vai respeitar contratos, que seu governo está esperando que investidores tenham lucratividade e fez um reconhecimento de que não são necessários apenas recursos, mas também expertise. Essa primazia de contratos e promessa de retorno deve reforçar o interesse de empresas em aplicar recursos no Brasil”, afirmou Sephen Scherr, diretor do Goldman Sachs na América Latina.

Para Paulo Leme, diretor do banco no Brasil, Dilma foi “técnica” e soube detalhar as possibilidades de investimento em casa setor da economia brasileira. “Ela reforçou que as regras do jogo serão respeitadas. Foi um discurso bem técnico e que mostra um profundo conhecimento no assunto.”

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