GIRO DE NOTÍCIAS II
Corpo achado em cisterna é de advogado sequestrado, confirma polícia
O corpo encontrado dentro de uma cisterna no bairro de Castelo Branco no final de semana é de fato o do advogado Ricardo Andrade Melo, 37 anos, sequestrado em abril deste ano.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o corpo passou por exames de arcada dentária, que permitiram confirmar a identidade. O suspeito pelo crime, Paulo Roberto Guimarães Filho, o Paulinho Mega, foi preso em São Paulo na sexta-feira.
Paulinho confessou que sequestrou o advogado. Condenado a 22 anos de prisão por outro homicídio, ele fazia planos de deixar o Brasil e precisava do dinheiro para colocá-los em ação. Ele alugou um apartamento na Graça e se aproximou de Ricardo com a intenção de conseguir dinheiro. Ele nega, no entanto, ter matado o advogado.
Prisões
A investigação foi realizada pelo Centro de Operaçõe Especiais (COE) da Polícia Civil, que, ao identificar o paradeiro de Mega, contou com a colaboração da Polícia Civil de São Paulo para cumprir o mandado. Paulinho foi preso na sexta-feira, junto com o pai, Paulo Roberto Gomez Guimarães, 66, em um hotel no centro da capital paulista. O pai dele teve prisão temporária decretada por 30 dias para que a investigação não seja prejudicada.
Já Arivan foi capturado no domingo, no bairro de Pirajá, onde mora. No mesmo dia, com base nos interrogatórios, a polícia localizou o corpo de Ricardo numa cisterna, a poucos metros do cativeiro, um casebre nos fundos da Bahia Paletes, fábrica de paletes situada atrás da Colônia Penal Lafayete Coutinho, no bairro de Castelo Branco.
À frente da apuração, o diretor do COE, delegado Cleandro Pimenta, disse que a polícia já suspeitava que Mega buscava dinheiro para fugir. Uma semana depois de ter tido a prisão decretada, o sequestrador e o pai passaram a morar de aluguel em um apartamento no primeiro andar do Victória Loft, no Corredor da Vitória, onde eram vizinhos de Ricardo Melo, que morava com a mãe, Miriam Andrade.
Planejamento
Paulinho Mega teve então a ideia de sequestrar o vizinho, porém, sabia que sozinho tinha poucas chances de sucesso. Assim, contou com ajuda de Arivan, ex-presidiário, que cumpriu pena com ele na Lafayete Coutinho – após ter sido preso em Mato Grosso por tráfico, a família de Mega consegui transferi-lo para Salvador, onde cumpria pena em regime semiaberto.
Arivan chegou a ir duas vezes no Victória Loft tratar com Paulinho, que por sua vez também o procurou em Pirajá. Com isso, o motivo do sequestro, iniciado em 29 de abril, aniversário de Ricardo, foi o convite de Mega para que o advogado fosse com ele a uma concessionária, onde pegaria seu novo carro, um Maserati.
Mega explicou a Ricardo que, antes disso, passaria em Pirajá, para buscar um mecânico que avaliaria o possante, mas era uma emboscada. “Ricardo saiu com Mega acreditando que voltaria dirigindo a Cherokee e que, quando chegasse na BR-324, Paulinho encontraria Arivan, que seria um mecânico para conferir o carro, que contou ser de segunda mão”, relata Pimenta. (Correio da Bahia)
Dez dias após se conhecerem no píer do prédio, Mega e o vizinho conversaram sobre hobbies, oportunidade em que Ricardo falou sobre sua paixão por automobilismo e a intenção de comprar uma lancha. “Ele viu Ricardo ostentando, dizendo que ganhou R$ 300 mil de uma causa, que ia comprar iate, e viu nisso a chance de fugir para Bolívia ou Argentina”, revela Pimenta.
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