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Corpo de menino de 9 anos morto em Vera Cruz passará por exame de DNA
O corpo do garoto Jeferson Nascimento Santos, de 9 anos, precisará passar por um exame de DNA para ser identificado e liberado para sepultamento.
Segundo oi pai do garoto, José Luis dos Santos, apesar da família ter identificado, o Instituto Médico Legal achou a situação do corpo e a documentação insuficientes para identificação. Jeferson também não tinha documento de identidade e, segundo o pai, ele faria 10 anos no dia 2 de outubro.
“Quando o perito viu a documentação disse que não havia condição de liberar o corpo naquele estado e solicitou exame de DNA”, disse o pai do menino ao CORREIO. Nesta quarta-feira (31), a família já tinha organizado todo o sepultamento do garoto, mas ainda não há previsão para o enterro.
Crime
O menino foi encontrado morto na manhã de ontem, em um matagal, na localidade de Porto Sobrado, em Gameleira, no município de Vera Cruz, na Ilha de Itaparica. Ele estava desaparecido desde a última quinta-feira (25).
Segundo a polícia, ele foi morto após uma briga por causa de uma bolinha de papel com uma colega de sala da Escola Municipal Raimundo Afonso Borges, onde cursava o 4º ano.
O crime foi cometido por um adolescente de 14 e outro de 16. O mais novo era colega dele de sala e o mais velho era irmão da garota envolvida na briga. Ainda segundo a polícia, a vítima jogou uma bolinha de papel na irmã de um dos suspeitos e, para se vingar, o irmão da garota chamou um amigo e matou o menino com pauladas e quatro facadas.
No local do crime, a polícia encontrou um punhal. Como a arma não tinha marcas de sangue, só a perícia vai indicar se ela foi usada para ferir o garoto. “Chegamos aos adolescentes a partir da denúncia do pai, de que houve uma briga entre Jeferson, um dos suspeitos e uma menina. Eles foram à delegacia na segunda-feira, negaram o crime, mas depois confessaram”, disse o titular da 24ª Delegacia, Geovani Paranhos.
Eles foram apreendidos por ato infracional análogo ao crime de homicídio e encaminhados à Comunidade de Atendimento Socieducativo (Case). Segundo o diretor da escola, Paulo Ribeiro, Jeferson foi suspenso porque trocou socos e pontapés com a colega de sala, que também foi suspensa. “Começou com isso de jogar bolinha de papel. Sabe como é criança, né?”, disse o diretor da unidade, onde estudam 107 alunos.
A escola suspendeu as aulas ontem.
Pai da vítima, o pedreiro José Luiz dos Santos, 46, contou que Jeferson negou que tenha jogado a bolinha na colega. “Outro colega tinha jogado uma bolinha de papel na menina, mas ela achou que tinha sido Jeferson e bateu nele. Mas Jeferson negou e disse que foi outro menino”, afirmou.
José Luiz contou ainda que o filho lamentou pela suspensão. “Ele chegou em casa dizendo: ‘ não vou poder entrar na escola por uma coisa que eu não fiz’. Uma barbaridade, ninguém esperava por isso”. Para o delegado, o irmão da menina armou a emboscada e convenceu o colega de sala de Jeferson a atrair o menino para um matagal afirmando que eles iam brincar de caçar no mato.
Irmã de Jeferson, Adilene Alves contou que o corpo estava amarrado, com sinais de violência e marcas de facadas. “A última vez que vimos ele foi no dia 25. Estava brincando como de costume nas redondezas lá de casa”.
O delegado disse que o adolescente de 16 anos está envolvido com o tráfico de drogas na região e que o pai dele contou à polícia que foi ameaçado de morte pelo filho e que está afastado da família. Ontem houve uma manifestação pedindo justiça. Antes do corpo aparecer, a família chegou a protestar pedindo agilidade na investigação e buscas pelo garoto. (Correio)
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