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Trump ameaça impor tarifa adicional de 50% à China se país não suspender retaliação aos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira (7) que vai impor uma tarifa adicional de 50% sobre a China se Pequim não retirar suas tarifas retaliatórias sobre os Estados Unidos.
“Além disso, todas as negociações com a China referentes às reuniões solicitadas por eles serão encerradas! As negociações com outros países, que também solicitaram reuniões, começarão a ocorrer imediatamente”, disse Trump em postagem na sua rede social Truth Social.
Apesar das falas de Trump, pessoas familiarizadas com a situação em Pequim e Washington disseram ao Financial Times que até agora não houve discussões sérias de qualquer tipo entre os países. As novas tarifas dos EUA começariam a valer, segundo Trump, no dia 9 de abril.
A ameaça de Trump ocorre durante um dia de pânico nos mercados, que apresentam alta volatilidade em todo o mundo nesta segunda. A movimentação das ações nos EUA e na Europa ocorre na sequência de quedas acentuadas nos mercados asiáticos. O índice Hang Seng de Hong Kong liderou os declínios, com recuo de 13,22%, maior queda desde 1997, durante a crise financeira asiática.
Os índices de referência da China, CSI300 e SSEC, despencaram 7,05% e 7,34%, respectivamente, após ficarem fechados na sexta-feira (4) devido a feriado nacional. Já a Bolsa do Japão chegou a ter suas negociações paralisadas por dez minutos após abrir em queda de 8,4% e terminou com perda de 8,8%.
Na sexta, os mercados já haviam fechado a semana com grandes perdas em resposta às tarifas globais anunciadas por Trump e também às retaliações chinesas. A administração Trump impôs à China 34% em taxas adicionais na semana passada, além das tarifas de 20% que já havia imposto. Em resposta, a China aumentou as tarifas sobre produtos dos EUA em mais 34%, embora tenha segurado algumas medidas para possíveis negociações.
As tarifas retaliatórias da China estão previstas para entrar em vigor no dia 10 de abril.
Investidores estão atentos para a possibilidade de acordos bilaterais entre Washington e países afetados. Kevin Hassett, diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, afirmou que os EUA foram procurados por mais de 50 países interessados em negociar, mas que “após décadas e décadas” de supostas injustiças com os americanos, seria difícil convencer Trump a assinar um acordo.
Algumas propostas já foram publicizadas. A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, afirmou nesta segunda que o bloco ofereceu zerar as tarifas de importação de bens industriais americanos em troca de os EUA fazerem o mesmo em relação a produtos europeus.
