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Aluno de Medicina da Uesb é impedido de se formar após ser acusado de fraude

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Mesmo inocentado da acusação de ter fraudado as cotas da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), o estudante Maurício Guilherme Nunes da Silva não pode realizar o sonho de se formar em medicina. Mesmo com os convites para a formatura prontos, e equipamentos como jaleco e estetoscópio comprados, Maurício espera há oito meses uma autorização para voltar a estudar na Uesb depois recorrer a decisão que o afastou do curso. Morador da comunidade quilombola de Itaguaçu, no sudoeste do estado, o jovem teve que provar suas origens, na Justiça, após a acusação feita no último ano. “Eu nasci na comunidade de Itaguaçu. A minha mãe tinha 16 anos quando eu nasci, e a gente morava lá com meus avós. Então eu nasci e cresci lá dentro da comunidade de Itaguaçu. O meu avô conseguiu um trabalho na cidade, e aí ele ia e retornava todos os dias. Como isso era complicado, ele acabou adquirindo uma residência [na cidade] para ele passar a semana, e então a minha mãe teve a oportunidade de continuar os estudos dela. Eu ainda fiquei morando com minha avó até certa fase da vida, e posteriormente passei a estudar na cidade, em que eu ia e retornava todos os dias, e posteriormente eu passei a ficar lá, quando já estava um pouco maior”, relatou o estudante ao G1. Para apresentar na Justiça, o jovem reuniu uma série de documentos comprovando que era da comunidade quilombola, como também trouxe pessoas da comunidade que comprovaram sua história. “Fiz um abaixo assinado, com mais de 80 assinaturas, das pessoas de lá confirmando que eu realmente sou de lá, trouxe cartão de vacinas provando que eu recebia e ainda recebo vacinas quando possível, trouxe meu título de eleitor provando que eu tenho título vinculado à comunidade, e que até hoje, inclusive os últimos comprovantes de eleição são provas de que eu retorno para votar. Além de fotos e testemunhas que confirmaram que sou de lá da comunidade”, explicou o jovem. Em apoio ao estudante, moradores do quilombo gravaram vídeos, afirmando a versão dele. Após recorrer a decisão, com as provas, o estudante foi inocentado. Procurada, a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia não se pronunciou sobre o caso. (Bahia Notícias)

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