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Bahia

Saiba quem é o candidato baiano que gastou R$ 700 mil em campanha e não foi eleito

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“Seu Raimundinho, quantos caminhões o senhor tem atualmente?”, perguntamos ao empresário Raimundinho da JR, que foi candidato a deputado estadual pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT). “Rapaz, já perdi as contas. Preciso contar. Mas, posso dizer que são muitos”, disse, com a serenidade de quem, de fato, tem muitos caminhões.
Talvez por isso, Raimundo Ramos de Andrade, 57 anos, tenha acordado nessa segunda-feira (8) pós eleições com a alma em paz, mesmo tendo perdido o pleito e tendo sido o candidato na Bahia (entre todos os cargos) que mais investiu com recursos próprios na campanha.
No total, foram R$ 707 mil. Dos quais, R$ 20 mil doados por terceiros (no caso, um cidadão chamado Milton Barbosa da Silva). O restante, R$ 687 mil (mais de 97%), Raimundinho doou para si próprio.
Como somou 37.047, podemos dizer que o custo por voto saiu por R$ 18. Nem chegou a doer no bolso. “Estou tranquilo. De cabeça erguida. Não vou parar, vou continuar tentando”, disse o empresário, que garante ter um grande projeto político. “Meu projeto para a vida pública é diferenciado”. Segundo defende, no seu caso, a política não é feita para enriquecer. Política, diz Raimundinho, não passa de “um canal para desenvolver trabalhos sociais e abrir portas para os menos favorecidos”.
Raimundinho não foi só o que mais investiu do próprio bolso na campanha. Ele foi, na verdade, o candidato mais rico na Bahia, incluindo os postulantes a governador. Aliás, o empresário tem um patrimônio maior do que todos os 14 candidatos ao governo e vice, juntos. O valor dos bens declarados à Justiça Eleitoral soma pouco mais de R$ 20 milhões. Os bens dos candidatos ao Palácio de Ondina e seus vices somados chegam a R$ 9,5 milhões – ou seja, menos da metade do patrimônio de Raimundinho.

É a maior prova de que o candidato que mais investe na campanha nem sempre tem o melhor resultado. Só para se ter uma ideia, o deputado estadual mais votado na Bahia, João Isidorio, com 110.540 votos, gastou R$ 121 mil (entre doações de partidos, doações de pessoa física e recursos próprios). Cada voto de Isidório custou, em média, R$ 1. O que faltou então para Raimundinho da JR ser eleito. “Nada! Política é assim mesmo. Um dia vou entrar”, acredita Raimundinho, que em 2016 tentou ser prefeito de Dias D´Ávila, onde mora, mas perdeu para Jussara Márcia (PT). Leia mais no CORREIO
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