Cuidar das vestimentas, não usar maquilagem chamativa, não andar sozinha e nem tarde da noite, não ficar bêbada, não confiar em ninguém, nem mesmo em homens da própria família. Quando mulheres denunciam as dificuldades enfrentadas apenas por existir, a sensação é de que a paz só lhes é de direito quando chegam ao fim da vida, com a morte. O respeito, porém, não é garantia nem mesmo neste momento, em que apenas seu corpo permanece. Não são raras as notícias sobre violação dos corpos femininos após a morte. Essas informações chocam a sociedade e causam repulsa. Agora, a cultura do estupro tenta dar mais um passo: promover a necrofilia nas redes sociais.
No Facebook, a página “Festa no IML” ganhou repercussão nesta quinta-feira (24). A página compartilha imagens que incentivam a necrofilia que consiste em estuprar corpos de pessoas mortas. No caso em questão, a página exaltava o estupro contra corpos femininos.
As publicações geralmente são acompanhadas de fotos das mulheres mortas enquanto vivas, com legendas convidativas. Em uma das publicações é apresentada uma montagem sobre o que seria sobre as preferências para o ato sexual.
“Lugar perfeito para uma noite de amor”, diz a legenda. A imagem marca como opção errada uma cama de motel, ao mesmo tempo em que aprova uma mesa de necropsia.
Em outra montagem, a página descreve que as pessoas gostariam de passar a noite em casal, em um momento de romance, enquanto ele, o administrador, gostaria de passar a noite estuprando o cadáver de uma mulher.
As publicações causaram revolta nas redes sociais e a página foi derrubada. Logo depois uma segunda versão foi criada, a “Festa no IML II”, mas ela também acabou sendo retirada do ar.